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Violência no Burundi deixou ao menos 87 mortos, diz exército

O exército do Burundi afirmou que a onda de violência que começou com três ataques contra bases militares na capital, Bujumbura, deixou ao menos 87 mortos, sendo quatro policiais e quatro militares. Confrontados com verdadeiras cenas de horror nas ruas da cidade, os moradores denunciam execuções sumárias dos militares em suspeitos.

Corpos foram encontrados espalhados pelas ruas de Bujumbura na manhã deste sábado (12).
Corpos foram encontrados espalhados pelas ruas de Bujumbura na manhã deste sábado (12). REUTERS/Jean Pierre Aime HarerimanaTEMPLATE OUT
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Segundo Gaspard Baratuza, porta-voz do exército, o último balanço dos confrontos entre rebeldes e as forças de segurança resultaram na morte de 79 rebeldes. Outros 45 foram presos e 97 armas apreendidas.

As vítimas foram contabilizadas durante os ataques a três bases militares em Bujumbura e na região rural da capital na madrugada de sexta-feira (11) e depois durante a perseguição policial.

De acordo com o porta-voz do exército, os combates continuaram de madrugada e terminaram no sábado. Os corpos encontrados pelo exército nas ruas eram todos dos rebeldes, segundo o militar.

O exército refutou as acusações de moradores de que militares executaram suspeitos durante buscas nas casas e deixaram os corpos pelas ruas. O Burundi vive uma grave crise política desde a fracassada tentativa de golpe contra o governo, em maio.

Em estado de choque

No sábado pela manhã, os moradores descobriram pelo menos quarenta corpos de jovens mortos por armas de fogo espalhados pelas ruas de Bujumbura. Relatos chocantes dos habitantes indicam que as forças de ordem invadiram casas e forçaram os jovens a sair, antes de executá-los no meio da rua, friamente.

Testemunhas e jornalistas que foram ao local descreveram cenas de horror. Os corpos tinham marcas de balas na cabeça e muitos com os braços amarrados nas costas.

Muitos moradores disseram que a polícia atirou para o alto para evitar que eles se aproximassem dos locais das execuções. A prefeitura da capital teria retirado os corpos para enterrá-los o mais rápido possível para evitar a propagação de doenças, de acordo com a versão oficial.

Os habitantes denunciam, no entanto, uma vontade deliberada das autoridades e dos policiais de dissimularem provas dos massacres.

De acordo com o responsável da Cruz Vermelha no Burundi, ainda é impossível fazer um balanço exato do número de vítimas e de feridos. Várias fontes no país consideram que o número de mortos é bem superior ao anunciado pelo exército, já que o desaparecimento de corpos impede uma estatística precisa.

Um morador ouvido pelo correspondente local da RFI, que pediu anonimato, afirma ter visto pelo menos três caminhonetes transportando vários corpos empilhados.
 

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