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Hackers atacam sites de Angola em represália à prisão de militantes

Pelo menos 20 websites do governo de Angola estavam sob ataque de piratas da internet nesta quinta-feira (31). O braço português do grupo de hackers Anonymous tirou as páginas do ar em retaliação à prisão de 17 jovens ativistas na última segunda-feira - entre os presos está o rapper Luaty Beirão, conhecido em Angola e Portugal.

Ativistas angolanos durante julgamento na última segunda-feira.
Ativistas angolanos durante julgamento na última segunda-feira. DR
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O grupo foi condenado a sentenças que vão de dois e oito anos de prisão, em um processo que a Anistia Internacional classificou como “uma afronta à justiça”. Os militantes pediam a saída do ditador José Eduardo dos Santos, que governa o país desde 1979.

Na sua nota de reivindicação, o grupo de ciberpiratas denuncia as circunstâncias das prisões e as sentenças. “Quatro a oito anos de prisão e de abusos humanitários que nunca serão publicamente conhecidos", dia a nota.

Em Portugal, o Partido Socialista e o Bloco de Esquerda tentaram, sem sucesso, aprovar um voto de condenação formal da sentença do tribunal de Luanda. A proposta foi rejeitada pelos deputados com os votos contra do Partido Social Democrata (PSD) e ainda pelo Partido do Centro Democrático Social (CDS) e pelo Partido Comunista Português (PCP).

O voto de condenação socialista tinha como intenção lamentar "a situação a que se assiste e que atenta contra princípios elementares da democracia e do estado de direito, fazendo votos para que seja corrigida".

O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, argumentou que "é de todo o interesse do país, dos portugueses que residem e trabalham em Angola, das empresas que interagem com o território angolano, que haja estabilidade nas relações institucionais, diplomáticas entre os dois Estados e entre os respectivos órgãos de soberania".

Condenação

Os 17 ativistas angolanos foram condenados por “atos preparatórios para uma rebelião e associação criminosa”. Pelo menos 15 deles foram presos durante um encontro realizado em 20 de junho do ano passado que, segundo o governo, tinha caráter conspiratório. Os condenados negam as acusações e declararam em tribunal que os encontros semanais visavam discutir política e não promover qualquer ação violenta para derrubar o regime.

Entre os presos está o rapper luso-angolano Luaty Beirão, que foi condenado a cinco anos e seis meses de detenção. Os militantes fazem parte do Movimento Revolucionário de Angola, que pede o fim do regime de José Eduardo dos Santos. O presidente anunciou, no começo de março, que pretende se aposentar em 2018.
 

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