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Gabão/Eleição

Violência pós-eleitoral contra opositores deixa mortos no Gabão

O Gabão vive uma grave crise política. A capital Libreville amanheceu nesta quinta-feira (1) com barricadas e carros incendiados, resultado dos distúrbios ocorridos na véspera, após o anúncio do resultado da votação que apontou a reeleição de Ali Bongo Ondimba, que está no poder desde 2009. A oposição diz que as forças do governo mataram duas pessoas e feriram 19 nesta manhã em seu comitê eleitoral.

Policiais gabonenses patrulham ruas de Libreville, após anúncio de reeleição do presidente Ali Bongo Ondimba.
Policiais gabonenses patrulham ruas de Libreville, após anúncio de reeleição do presidente Ali Bongo Ondimba. MARCO LONGARI / AFP
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A França manifestou estar extremamente preocupada com a situação no país africano, sua antiga colônia, e afirmou que "não espaço para a violência" no processo eleitoral. Ontem, o Parlamento do Gabão foi incendiado por manifestantes que protestavam pelo resultado eleitoral, que apontou vitória de Onbima contra o opositor Jean Ping por pouco mais de 1% dos votos.

De acordo com um porta-voz do governo, a Guarda Republicana realizou a ação contra a sede da campanha de Ping em busca de "criminosos", supostamente responsáveis pelo incêndio, na quarta-feira, da sede da Assembleia Nacional. Ao menos seis opositores, incluindo o diretor de campanha do candidato derrotado à presidência, foram detidos pelas forças de segurança.

Na manhã desta quinta-feira, o centro da capital do país permanecia deserto e isolado pela polícia, assim como pelos tanques do exército. Nos bairros da periferia foram registrados saques, ao mesmo tempo que as linhas telefônicas e a internet foram cortadas.

Família Bongo governa o país há meio século

Bongo está no poder desde 2009, seguindo a trajetória do pai, Omar Bongo, que permaneceu no poder durante 41 anos. Tanto Bongo como Ping haviam proclamado vitória após as eleições de sábado, o que provocou os temores de uma repetição da violência que sacudiu o país depois das eleições de 2009.

A comissão eleitoral vem sendo pressionada a fazer uma recontagem dos votos, inclusive pela França e pela União Europeia, que pedem mais transparência.

De acordo com a comissão eleitoral, o presidente em fim de mandato, de 57 anos, foi reeleito para um segundo período de sete anos com 49,80% dos votos, contra os 48,23% obtidos por Ping, de 73 anos. A diferença de votos foi de 5.594 de um total de 627.805 inscritos levantou suspeitas de fraude neste pequeno país petroleiro de 1,8 milhão de habitantes.

Os delegados de Ping, um ex-aliado do regime de Omar Bongo, questionam os resultados em uma das nove províncias do país, Alto-Ogooué, reduto da etnia Téké dos Bongo. O presidente reeleito teria recebido nesta província 95,46% dos votos, com uma participação de quase 100% dos inscritos.

Após o anúncio do resultado, confrontos foram registrados entre as forças de segurança e opositores. Ali Bongo elogiou uma eleição "exemplar".

 

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