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Argélia

Queda de avião na Argélia causa centenas de mortes

Um avião do exército argelino caiu na manhã desta quarta-feira (11) pouco depois de decolar da Base Aérea de Boufarik, cerca de 30 km ao sul da capital Argel, matando 257 pessoas, a maioria soldados.    

Acidente de avião militar na Argélia deixa 257 mortos.
Acidente de avião militar na Argélia deixa 257 mortos. ENNAHAR TV/Handout/ via REUTERS
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O avião caiu em uma área desabitada, um campo localizado a cem metros da base aérea. As chamas que devastaram quase todo o avião estão agora extintas.

Dezenas de caminhões de bombeiros e centenas de ambulâncias foram vistas no local, cercadas por forças de segurança que impediram jornalistas e curiosos de se aproximarem.  

O acidente matou 257 pessoas, a maioria soldados e membros de suas famílias, informou o Ministério da Defesa da Argélia em um comunicado.  

As vítimas são os dez membros da tripulação e 247 passageiros, "a maioria dos quais é pessoal do Exército Nacional Popular, bem como membros de suas famílias", disse o ministério, sem mencionar os sobreviventes.    

Comissão de inquérito

O vice-ministro da Defesa argelino, também chefe do Estado Maior do Exército Nacional Popular (ANP, as Forças Armadas argelinas), General Ahmed Gaid Salah, visitou o local do acidente e ordenou o "estabelecimento imediato de uma comissão de investigação para determinar as circunstâncias do acidente", segundo o Ministério da Defesa.  

A aeronave do acidente é um Iliouchine IL-76, um quadrireator civil ou militar de fabricação soviética, depois russa, disse uma fonte militar.

Segundo o site do fabricante, o IL-76 pode transportar entre 126 e 225 passageiros, dependendo da versão.    

"Uma aeronave de transporte militar que fazia a rota Boufarik-Tindouf-Bechar caiu nesta manhã de 11 de abril de 2018 no perímetro da Base Aérea de Boufarik em um campo agrícola desabitado", indicou em um primeiro comunicado o Ministério de Defesa da Argélia.

Tindouf, a 1.800 km de Argel, perto das fronteiras de Marrocos e do Sahara Ocidental, alberga muitos campos de refugiados saharauis, bem como a sede das administrações da República Árabe Saharaui Democrática (RASD) proclamada em 1976 pelos separatistas da Frente Polisario.

A Frente Polisario, apoiada por Argel, reclama a independência do Saara Ocidental, reivindicada pelo Marrocos, que ocupa a maior parte da região desde 1975.

Béchar, a cerca de mil quilômetros a sudoeste de Argel, abriga uma importante base militar, perto da fronteira fechada entre a Argélia e o Marrocos, os dois irmãos inimigos do norte de África.

Uma série de acidentes

Apesar da suposta superlotação da aeronave, ainda não foram levantadas hipóteses para este acidente. Várias unidades do exército argelino caíram nos últimos anos, matando dezenas de pessoas.  

O pior acidente nos últimos anos foi em fevereiro de 2014, quando 77 pessoas - militares e membros das suas famílias - foram mortas na queda de um avião de transporte Hércules C-130 do exército argelino, que caiu enquanto voava sobre o Monte Fortas, perto de Oum El Bouaghi (500 km a leste de Argel).  Uma pessoa sobreviveu. O Ministério da Defesa atribuiu o acidente ao mau tempo.  

Mais recentemente, em 2016, 12 soldados argelinos foram mortos no acidente do helicóptero que caiu no sul do país devido a um colapso técnico.    

Em novembro de 2014, um caça MiG-25 do exército argelino caiu durante um curso de treinamento a 200 km ao sul de Argel, depois que seu piloto foi ejetado.
Um mês antes, um bombardeiro Sukhoi-24 caiu durante uma sessão de treinamento no sul de Argel, matando os dois soldados a bordo.    

Em dezembro de 2012, dois pilotos da Força Aérea argelina foram mortos na colisão de seus dois aviões de combate durante uma sessão de treinamento em Tlemcen, no extremo oeste da Argélia.    

Um mês antes, seis pessoas - cinco militares e um representante do Banco da Argélia - foram mortas na queda de uma aeronave CASA C-295 da Força Aérea argelina, no sudeste da França. O acidente foi atribuído a um acúmulo de gelo.

A Argélia é ex-colônia francesa e conquistou a sua independência em 1962, após um conflito armado que durou oito anos e ainda está muito presente no imaginário de franceses e argelinos.

(Com informações da AFP)

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