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Moçambique

Ajuda humanitária às vítimas do ciclone Idai é alvo de roubos em Moçambique

A Justiça de Moçambique anunciou na sexta-feira (5) ter aberto uma série de investigações sobre roubo e desvio da ajuda humanitária enviada em caráter de emergência e que deveria ser distribuída às vítimas do ciclone Idai, que deixou quase 600 mortos no país. "É um crime grave", afirmou Joaquim Tomo, porta-voz do escritório do procurador da província de Sofala (centro).

Crianças se alimentam em centro de acolhimento de vítimas do ciclone Idai, em Beira, Moçambique.
Crianças se alimentam em centro de acolhimento de vítimas do ciclone Idai, em Beira, Moçambique. REUTERS/Mike Hutchings
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Três pessoas já foram presas, acusadas de roubar sacos de arroz, farinha, feijão e soja. "Continuamos a receber várias denúncias sobre roubo de alimentos. Estamos investigando cada uma dessas acusações", reiterou. 

O diretor do Instituto Moçambicano de Gestão de Situações de Emergência, Augusto Maita, desmentiu na sexta-feira o envolvimento de seus funcionários no caso. "O perigo dessa onda de desinformação é que ela pode colocar em questão a confiança nas instituições do governo por parte daqueles que precisam dessa ajuda", diz.

Depois da passagem do ciclone Idai, em meados de março, ONU fez um apelo por doações da ordem de € 250 milhões em todo o mundo, o que foi rapidamente atendido por diversos países e ONGS. O coordenador da ajuda humanitária da ONU no local, Sebatian Stampa, garante que a ajuda humanitária está sendo repassada aos necessitados. "Distribuímos alimentos a mais de 500 mil pessoas, então, é claro que em alguns casos essa ajuda é recuperada por alguns que não precisam", reconheceu.

Balanço de vítimas é revisado para 843 mortos 

O balanço de vítimas da passagem do ciclone Idai pela África Austral foi revisado para 843 mortos em Moçambique, Zimbábue e Malaui. O anúncio foi feito neste sábado (6) pelo escritório da ONU de Coordenação para Casos Humanitários. O maior número de vítimas é contabilizado em Moçambique, que registrou 598 mortos e mais de 1.640 feridos até o momento. 

Depois da passagem do fenômeno, o país também sofre com a deterioração das condições sanitários, o que resultou em uma epidemia de cólera. No total, são 1.428 casos confirmados da doença, que já deixou cinco mortos.

De acordo com a ONU, 1,85 milhão de pessoas foram afetadas com a passagem do ciclone Idai no Moçambique. Entre elas, milhares perderam suas casas e seguem desabrigadas.

Zimbábue e Malaui

No Zimbábue, 259 pessoas morreram na passagem do ciclone Idai, segundo números da Organização Internacional para as Migrações (OIM). Cerca de 200 pessoas ficaram feridas. O Malaui registrou 60 mortes, além de 672 pessoas feridas.

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