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Argélia/ Revolução

Multidão toma as ruas da Argélia para exigir "uma nova independência”

Uma maré humana se espalhou na sexta-feira (1) nas ruas de Argel para exigir uma "nova independência", 65 anos após o início da luta armada contra o colonizador francês.

1er novembre 2019. Une marée humaine s'est répandue dans les rues d'Alger pour le 37e vendredi pour réclamer une «nouvelle indépendance» 65 ans jour pour jour après le début de la lutte armée contre le colonisateur français.
1er novembre 2019. Une marée humaine s'est répandue dans les rues d'Alger pour le 37e vendredi pour réclamer une «nouvelle indépendance» 65 ans jour pour jour après le début de la lutte armée contre le colonisateur français. REUTERS/Ramzi Boudina
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Na 37ª sexta-feira consecutiva de manifestações na Argélia, a mobilização é semelhante à observada no auge do "Hirak", o movimento de protesto contra o regime sem precedentes que a Argélia vem realizando desde 22 de fevereiro.
Nos últimos dias, as redes sociais foram dominadas por frases como "Vamos invadir a capital", ou "Hirak 1º de novembro", para convocar os argelinos a seguirem até a capital.

Esperava-se uma mobilização significativa desde a noite de quinta-feira, milhares de pessoas marcharam no centro da cidade e, de fato, foram centenas de milhares nesta sexta-feira à tarde em Argel.

Festa da Revolução

Os argelinos foram às ruas com suas famílias, havia muitas crianças e mulheres. A maioria dos manifestantes colocou uma bandeira em volta dos ombros e alguns até pegaram as bandeiras colocadas nas ruas pelas autoridades - como 1º de novembro é um feriado nacional, a "Festa da Revolução", - para protestar.

Em 1º de novembro de 1954, a recém-criada Frente de Libertação Nacional (FLN) iniciou a "Revolução argelina" e a luta armada pela independência, com uma série de atentados simultâneos.

Na quinta-feira à noite, os manifestantes começaram a se reunir no centro de Argel, mas foram dispersados pela polícia, que fez várias detenções, de acordo com a imprensa.

Durante a madrugada, os acessos à capital registravam engarrafamentos consideráveis, atribuídos ao fluxo de manifestantes de diferentes províncias, mas também às muitas barreiras erguidas pela polícia.

"Muitos manifestantes chegam a Argel. Chegam por estrada, por ferrovias, pelo aeroporto de Argel e até a pé", informava o site Interlignes.
Desmantelamento do sistema

Desde o início de abril, quando conseguiu a renúncia do presidente Abdelaziz Buteflika, o "Hirak" exige o desmantelamento do "sistema" que está no poder desde 1962.

O movimento rejeita as eleições presidenciais planejadas para 12 de dezembro para escolher um sucessor de Buteflika, alegando que o processo é uma tentativa de regenerar o "sistema". As autoridades negam e tentam minimizar o alcance das manifestações.

Os manifestantes gritavam "independência", exigiam a saída das autoridades, a partida do chefe de gabinete e cantavam que não iriam votar em dezembro.

Mensagens virulentas foram dirigidas ao presidente interino, Abdelkader Bensalah. Ele disse na semana passada, em audiência com o seu homônimo russo, Vladimir Putin, que apenas alguns elementos continuavam a se manifestar. Esta entrevista como um todo, mas também essa frase em particular, obviamente, não passou no crivo da opinião pública argelina.

(Com informações da AFP)

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