Rebelião em prisão na Venezuela mata pelo menos 50 pessoas

Pelo menos 50 pessoas morreram e outras 90 ficaram feridas durante um motim na noite de sexta-feira na prisão de Uribana, no noroeste da Venezuela. A rebelião começou quando a polícia decidiu fazer uma inspeção na penitenciária. As vítimas foram transferidas na manhã desse sábado.

Equipes de socorro transferem feridos após rebelião na prisão de Ubirana, na Venezuela. REUTERS/Diario el Informador

O governo venezuelano já lançou uma investigação sobre o motim que resultou na morte de pelo menos 50 pessoas na noite de sexta-feira em Uribana, no noroeste do país. Segundo a ministra dos Presídios do país, Íris Varela, a rebelião começou por volta de 20h, no horário local, quando as autoridades lançaram uma operação para tentar confiscar armas ilegais que circulavam na penitenciária Centro Ocidental.

Os detentos, militares de carcereiros que ficaram feridos no episódio foram levados ao hospital Antonio Maria Pineda na manhã desse sábado. De acordo com o diretor do estabelecimento, vários deles tiveram que ser submetidos a intervenções cirúrgicas. A imprensa local mostrou imagens de barricadas instaladas na região da prisão e vários presos, com os trajes ensanguentados, sendo transferidos após o motim.

Com 50 mil detentos em todo o país, o sistema carcerário venezuelano sofre com a superlotação de suas estruturas. Segundo o Observatório Venezuelano das Prisões (OVP), o centro penitenciário de Ubirana foi construído para 850 detentos, mas recebe atualmente cerca de 2500. O centro também é conhecido por ter registrado vários confrontos com arma branca entre os prisioneiros.

O episódio suscitou reações da oposição, que aproveitou a rebelião para criticar o governo, em plena crise devido a ausência do presidente Hugo Chávez, hospitalizado em Cuba desde dezembro passado. “Quem vai responder por esse novo massacre em uma prisão de nosso país? O governo é incapaz e irresponsável”, declarou, via Twitter, o líder da oposição e candidato derrotado nas últimas eleições presidenciais, Henrique Capriles.

Em outubro passado pelo menos 25 pessoas morreram em um motim na prisão de Yare I, perto de Caracas. Em julho de 2011 outro motim na cadeia de Rodeo terminou com a morte de cerca de 30 presos e vários outros aproveitaram para escapar.