Hugo Chávez ganha Centro de Altos Estudos na Venezuela
Para manter viva a memória coletiva em torno da figura do ex-presidente, o governo da Venezuela autorizou a criação do Centro de Altos Estudos Hugo Chávez. A idéia é aprofundar os ensinamentos em torno do líder da Revolução Bolivariana e divulgar a vida e o legado deixado pelo presidente que faleceu em março deste ano vítima de um câncer.
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Elianah Jorge, correspondente da RFI em Caracas
A administração do local estará a cargo de um dos irmãos de Chávez, Ádan. Embora a decisão tenha sido publicada na Gazeta Oficial, o local onde funcionará o Centro de Altos Estudos ainda não foi definido. É possível que ele seja instalado em Caracas, a capital venezuelana, ou em Barinas, o estado natal do ex-presidente e que é governado por Ádan Chávez.
Não apenas a central de estudos relembra a figura daquele que mexeu com as estruturas política e econômica do país através da implementação de controversas medidas, entre elas as expropriações de terras e de empresas produtivas. Em uma ala do Palácio do Miraflores, a sede presidencial, há o Passeio do Eterno Retorno. Também nas imediações está o Museu Histórico Militar, local da sepultura do “comandante” e onde o visitante tem acesso a espaços com fotos da vida de Chávez.
No último domingo, 28 de julho, quando seria comemorado o aniversário de 59 anos de Hugo Chávez, o presidente Nicolás Maduro participou de uma solenidade em memória ao ex-chefe de Estado. Na ocasião foi lançada a biografia “Minha Primeira Vida” (tradução livre), livro escrito por Chávez em parceria com o jornalista espanhol Ignácio Ramonet.
Antes do falecimento, nas ruas de todo o país já havia fotos gigantes de Chávez, que embora gastas pelo tempo, continuam erguidas. Mas agora o governo investe na divulgação de imagens de várias fases da vida do ex-presidente. Não é raro ver Chávez jovem ao lado da imagem do pai da pátria, Simón Bolívar - personalidade que inspirou as mudanças implementadas por Hugo Rafael Chávez Frias.
A tentativa de revitalizar a figura do ex-presidente é vista por especialistas como uma tentativa de manter viva a memória entre aqueles que juraram fidelidade eterna ao “comandante supremo”, como Chávez foi intitulado por seus seguidores.
Segundo críticos ao governo, esta seria uma tentativa de manter o chavismo em alta por causa das próximas eleições municipais, agendadas pelo Conselho Nacional Eleitoral para oito de dezembro deste ano. A data coincide com o último pronunciamento de rádio e TV feito por Chávez, quando ele anunciou que passaria por mais uma intervenção cirúrgica em Havana, Cuba. Chávez voltou para Caracas e em cinco de março sua morte foi anunciada por Nicolas Maduro, seu herdeiro político.
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