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Honduras/Presidencial

Esquerda e direita reivindicam vitória na presidencial em Honduras

O candidato de direita Juan Orlando Hernández e a esquerdista Xiomara Castro se declaram vencedores da eleição presidencial disputada neste domingo em Honduras. O Supremo Tribunal Eleitoral hondurenho (TSE) deve publicar ainda hoje o resultado da votação. Porém, ontem à noite, o presidente do TSE, David Matamoros, afirmou que de acordo com resultados preliminares "não havia um ganhador".

Fotomontagem dos candidatos favoritos a vencer as presidenciais de Honduras, Xiomara Castro e Juan Orlando Hernández.
Fotomontagem dos candidatos favoritos a vencer as presidenciais de Honduras, Xiomara Castro e Juan Orlando Hernández. REUTERS/Tomas Bravo/REUTERS/Jorge Cabrera
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O candidato do Partido Nacional (direita), Juan Orlando Hernandez, foi o primeiro a proclamar a vitória. "Eu vou ser o próximo presidente dos Honduras", disse Hernandez, falando para partidários em um hotel de Tegucigalpa. A primeira e única estimativa oficial do TSE divulgada quando 54% das urnas estavam apuradas, apontou Hernandez com 34% de votos contra 28% de sua adversária. Contando com a vitória, Hernandez convidou a candidata da esquerda a trabalhar por "um grande pacto nacional" contra a violência e a pobreza que assolam o país.

Algumas horas mais tarde, no entanto, o ex-presidente Manuel Zelaya acusou o poder de "estar roubando" a vitória de sua mulher. "Xiomara ganha a presidência. Eles não podem fazer isso com a gente. Eles estão roubando a eleição", acusou Zelaya durante uma conferência imprensa. Em seguida, ele convocou uma "reunião de emergência" para decidir "medidas destinadas a contestar os resultados oficiais".

Um terceiro candidato, Mauricio Villeda, do Partido Liberal, recebeu quase 21% dos votos, segundo o balanço preliminar do TSE.

Zelaya foi eleito presidente pelo Partido Liberal, de centro-direita. Em 2009, ele foi destituído do poder pelos militares do Exército que o acusaram de fazer um governo exageradamente de esquerda. Depois de passar vários meses bloqueado no exterior, ele retornou ao país e fundou o partido de esquerda pelo qual sua mulher disputou a presidência. O próprio Zelaya concorre a um mandato de deputado pela mesma legenda. 

A eleição presidencial deste domingo deveria cicatrizar a ferida aberta pelo golpe de Estado, além de representar uma ocasião histórica de promover mudanças políticas no país dirigido há mais de um século pelos conservadores do Partido Nacional e os liberais.

O presidente do TSE saudou a alta taxa de participação dos eleitores, que chegou a 61%, um recorde em relação às votações anteriores em que o índice esteve em torno de 50%. Outro motivo de satisfação foi o ambiente pacífico em que transcorreu a votação, no país com as maiores taxas de homicídio do mundo (85,5
por 100 mil habitantes em 2012, ou seja, uma média de 20 assassinatos por dia).

Para evitar incidentes, 25 mil policiais e militares responsáveis ​​pela segurança supervisionaram a votação, que deve designar o sucessor do presidente Porfirio Lobo (Partido Nacional), eleito em 2009, na sequência do golpe de Estado que destituiu Zelaya. Cerca de 800 observadores estrangeiros estão no país para garantir a transparência da eleição.

Atual presidente do Congresso, Hernandez é um empresário bem-sucedido, advogado de formação, defensor do golpe de Estado de 2009, às vezes acusado de autoritarismo. Ele fez toda a sua campanha baseada no tema da segurança pública, prometendo lutar com o apoio do Exército contra as taxas de criminalidade galopantes no país. A mensagem parece ter sido bem recebida pela população.

"O principal problema da violência é que ela é causada pelo desemprego. As pessoas estão habituadas a fazer
dinheiro matando", disse à agência AFP o aposentado Pedro Garay, de 72 anos, logo depois de depositar seu voto na urna.

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