Manifestação estudantil termina com mortos no Chile
Pelo menos dois estudantes morreram durante uma manifestação nesta quinta-feira (14) em Valparaiso. As vítimas foram atingidas por tiros durante o protesto ligado à reforma do sistema de educação lançada pela presidente chilena Michelle Bachelet.
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De acordo com o responsável da polícia de Valparaiso, Julio Pineda, as duas vítimas fatais tinham 18 e 24 anos. Segundo testemunhas, os disparos teriam sido feitos por um jovem que vive em uma das casas onde os estudantes tentavam colar cartazes durante a manifestação. O autor dos tiros foi preso.
Milhares de estudantes participaram do protesto que, apesar do clima festivo, terminou com confrontos entre policiais e manifestantes mascarados, armados com pedras e pedaços de madeira. A polícia reagiu com jatos d’água. A passeata de Valparaiso faz parte de um movimento de contestação que tomou várias cidades dos Chile, inclusive a capital Santiago.
Herança da ditadura de Pinochet
Os estudantes chilenos reivindicam um ensino público de qualidade e uma reforma do sistema educativo. O modelo atual em vigor no Chile, amplamente privatizado e desigual, ainda é herança da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
Em janeiro passado, a primeira parte de uma reforma da educação foi aprovada. O novo modelo suprimiria o sistema de seleção de estudantes e os lucros das escolas financiadas pelos Estado. No entanto, ainda não se sabe como a presidente Michelle Bachelet, que lançou o projeto, vai cumprir a promessa de estabelecer um ensino superior gratuito para os 70% mais pobres do país.
A manifestação acontece alguns dias após a formação de um novo governo pela chefe de Estado, que tenta sair da crise de confiança provocada por vários casos de corrupção, envolvendo inclusive seu próprio filho.
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