Após decisão judicial, Argentina terá três presidentes em menos de 24h
A Argentina terá três presidentes entre esta quarta-feira (9) e quinta-feira (10). A situação inédita é resultado de uma decisão judicial tomada após um desacordo entre a presidente Cristina Kirchner e seu sucessor, Mauricio Macri, sobre a passagem da faixa presidencial.
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A disputa teve início quando o presidente eleito pediu a Kirchner que o bastão de comando e a faixa presidencial fossem entregues na Casa Rosada (sede governamental) e não no Congresso, onde prestará juramento. Mas a atual chefe de Estado insiste que a cerimônia seja realizada na Assembleia, onde detém a maioria dos assentos.
Diante do impasse, a juíza María Servini de Cubría confirmou que a presidente está na função até 23h59 locais desta quarta-feira. Com a decisão, a partir da meia-noite e até o juramento de Macri, na quinta-feira, o chefe de Estado será Federico Pinedo, presidente interino do Senado. O vencedor das eleições e sua vice, Gabriela Michetti, “prestam juramento perante da Assembleia Legislativa”, especifica a decisão publicada no Centro de Informações Judicial (CIJ).
O governo de Kirchner comparou a situação a "um golpe" e alertou que o país "ficará 12 horas sem autoridade". Para o chefe dos serviços secretos argentinos de Kirchner, Óscar Parrilli, "entre um golpe de Estado e isto não há muita diferença". A disputa está sendo chamada de "novela" e "vergonhosa" pela imprensa local.
Kirchner, de 62 anos, se despedirá de seus partidários nesta quarta-feira à noite na Praça de Maio, onde milhares de ativistas deverão testemunhar a inauguração de um busto do ex-presidente Nestor Kirchner (2003-2007), marido de Cristina, que morreu em 2010.
(Com informações da AFP)
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