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Linha Direta

Debate de vices é prévia de confronto entre Trump e Hillary

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O primeiro e único debate entre os candidatos dos partidos majoritários à vice-presidência nos EUA acontece nesta terça-feira (4), mas as atenções na disputa entre democratas e republicanos pela sucessão na Casa Branca seguem centradas em Hillary Clinton e Donald Trump.

Local do debate entre os candidatos à vice-presidência dos Estados Unidos é mostrado em um monitor de televisão na Universidade de Longwood em Farmville, Virginia 03/10/ 2016.
Local do debate entre os candidatos à vice-presidência dos Estados Unidos é mostrado em um monitor de televisão na Universidade de Longwood em Farmville, Virginia 03/10/ 2016. REUTERS/Rick Wilking
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Eduardo Graça, correspondente da RFI em Nova York

O tão esperado aumento de intenção de votos na ex-primeira-dama, depois da desastrosa performance de Trump no primeiro debate presidencial, parece ter finalmente chegado. Uma pesquisa da CNN/ORC divulgada ontem coloca Hillary cinco pontos à frente de Trump. Os resultados das pesquisas que foram feitas imediatamente após o debate também mostram que eles podem alterar disputas muito acirradas.

A ex-secretária de Estado Hillary Clinton, vista pela maioria dos eleitores como a vencedora do primeiro embate com o empresário Donald Trump, recuperou cerca de seis pontos percentuais em pesquisas nacionais. Nos EUA, no entanto, importante mesmo são as pesquisas por estado, já que as eleições se definem em um colégio eleitoral, não pelo voto universal. Pois Hillary voltou a abrir uma margem considerável sobre Trump na Flórida, um estado decisivo para as eleições de novembro, e no Colorado. Sem estes dois estados, Trump precisa vencer na Virgínia, Pensilvânia e Ohio para se manter competitivo, e ele só aparece à frente, no momento, no último.

O debate dos vices é um evento secundário, um a prévia para o segundo enfrentamento entre Hillary e Trump, no domingo, mas é o único entre o governador de Indiana e ex-deputado ultraconservador Mike Pence e o senador e ex-governador da Virgínia Tim Kaine, um centrista que até pouco tempo era o presidente do Partido Democrata. O debate só terá importância se um dos dois candidatos, tal qual Sarah Palin em 2008, se revelar uma surpresa inconveniente para seus companheiros de chapa. Mas como se tratam de dois políticos experientes, imagina-se que nenhum dos dois pise em eventuais cascas de banana jogadas pelo adversário.

Declaração de imposta de renda de Trump vira pesadelo para republicanos

 Tim Kaine foi o primeiro medalhão democrata a bater na tecla de que os americanos tinham o direito de ser informados sobre a declaração de imposto de renda de Donald Trump. E este tópico se transformou no pesadelo do momento para o republicano. Os democratas estão martelando em todos os comícios a mesma tecla: a de que Trump teria passado, de acordo com reportagem do New York Times, 18 anos sem pagar qualquer imposto de renda por conta de suas próprias trapalhadas em negócios em Nova York e Atlantic City, com perdas de mais de US$ 900 milhões.

De uma só vez, as revelações contrariam a narrativa de que Trump é um empresário bem-sucedido e ainda dão gás às acusações, já feitas por Hillary no debate, de que ele se beneficiou financeiramente de jogadas que deixaram investidores e trabalhadores na bancarrota. Ela também tem batido na tecla de que, ao usar as regras do sistema tributário americano, que beneficiam os mais ricos, para não pagar impostos por quase duas décadas, Trump deixou de financiar o esforço de guerra dos EUA no Oriente Médio e o programa de recuperação do país após a crise financeira global.

É uma mensagem populista que visa capturar o voto dos eleitores caucasianos de classe média-baixa concentrados, não por acaso, em estados como Pensilvânia, Ohio e Virginia, que vinham migrando para Trump por conta do catecismo anti-globalização do republicano, na linha do que pregaram os apoiadores do Brexit na Grã-Bretanha. E para complicar ainda mais, ontem a Justiça de Nova York proibiu a Trump Foundation de arrecadar fundos como instituição de caridade, por não estar legalmente registrada para tanto, manchando ainda mais a imagem do empresário de sucesso.

Trump vai falar sobre infidelidades de Bill Clinton

Trump reagiu atacando Hillary com um olho em um grupo importante de elietores em que ele precisa, de acordo com as pesquisas, diminuir a vantagem da ex-primeira-dama, as mulheres. Ele afirma que vai falar sem parar a partir de agora das notórias infidelidades de Bill Clinton, com dois objetivos: o primeiro é o de convencer as americanas de que Hillary não é uma feminista ou defensora das mulheres mas sim que vive um casamento de conveniência política com “o político que mais abertamente abusou mulheres nos EUA”, o segundo é o de deixar a candidata nervosa para os próximos dois debates, quando ele promete trazer o tema à tona para tirar Hillary do sério. Por enquanto, a candidata diz estar tranquila, e centrou seu discurso ontem de noite em Ohio na economia e geração de empregos nos EUA.
 

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