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Linha Direta

Ataques pessoais marcam debate entre Trump e Clinton

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Las Vegas foi palco nesta quarta-feira (19) à noite do terceiro e derradeiro debate entre Hillary Clinton e Donald Trump, os dois candidatos dos partidos majoritários à sucessão de Barack Obama. Em queda livre nas pesquisas, Trump precisava de uma performance impecável para iniciar uma virada decisiva rumo às eleições de 8 de Novembro, mas isso não aconteceu. O confronto entre o republicano e a democrata foi duríssimo, repleto de ataques pessoais.

Os candidatos Hillary Clinton e Donald Trump começaram de forma seca e direta, sem aperto de mãos, seu terceiro e último debate presidencial.
Os candidatos Hillary Clinton e Donald Trump começaram de forma seca e direta, sem aperto de mãos, seu terceiro e último debate presidencial. REUTERS/Mike Blake
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Eduardo Graça, correspondente da RFI nos EUA

O momento crucial da noite acabou sendo quando Donald Trump se recusou a dizer que aceitará o resultado das urnas se perder para Hillary. De acordo com a pesquisa da CNN realizada com espectadores imediatamente após o debate, 52% acreditam que Hillary venceu, contra 39% para Trump. A maioria dos analistas apontou a recusa de Trump em dizer que irá aceitar uma eventual derrota em novembro como profundamente infeliz, denegrindo a democracia americana.

Observadores à direita e à esquerda do espectro político criticaram o que acreditam ser uma traição a valores caros dos EUA, tratado por Trump como se fosse uma "república das bananas". Mas houve outro momento terrível para o republicano, quando ele interrompeu Hillary para dizer, em alto e bom som “mas que mulher suja, grosseira, você é”.

Enquanto Hillary se apresentou como campeã das mulheres, criticando inclusive qualquer gerência do governo em questões como o aborto, Trump jogou para os conservadores afirmando que um dos critérios centrais para os juízes que nomeará, se eleito, para a Suprema Corte, é o de ser pró-vida e contra a atual legislação federal que permite o aborto.

"Baixaria" toma conta do debate

O moderador, Chris Wallace, da Fox News, não perdoou os candidatos e teve de pedir silêncio da plateia, que caiu na gargalhada, para desespero de Trump, quando este disse que “ninguém respeita mais as mulheres do que eu”. Trump acusou, sem provas, a campanha da adversária de ser a responsável pelo aumento do número de casos de mulheres que se dizem vítimas de abuso sexual do magnata republicano. Hillary, por sua vez, tentou sair pela tangente, afirmando, com base, segundo ela, em informações da inteligência americana, que a Wikileaks está agindo em parceria com a Rússia e que o escândalo, aqui, é Vladmir Putin querer influenciar as eleições americanas. Trump retrucou dizendo que Putin não respeita Hillary. Esta rebateu dizendo que Putin quer Trump, “uma marionete”, na Casa Branca, em um toma lá dá cá sem fim.

Trump se mostra ainda mais radical

O debate era uma oportunidade de ouro para o republicano tentar conquistar os moderados e indecisos, mas ele se mostrou mais radical do que nunca, inclusive em temas como a Imigração. Enquanto ele bateu na tecla de que as fronteiras do país precisam ser fechadas, Hillary Clinton o atacou dizendo que, enquanto trabalhadores sem-documentos, em sua maioria oriundos do México, pagam impostos nos EUA, Trump, um bilionário, não pagou imposto algum nos últimos vinte anos, um fato que Hillary considerou “chocante”.

A campanha de Hillary já está com o orçamento estourado, com o envio de milhões de dólares em propaganda em estados tradicionalmente conservadores, como o Arizona, para onde foram fazer campanha esta semana para Hillary a primeira-dama Michelle Obama e o líder da esquerda do partido Bernie Sanders, a Geórgia e o Texas.

Já a de Trump está fazendo o movimento contrário, com a retirada de recursos em estados como a Virgínia, e concentrando todas as esperanças, e fundos, na Flórida, em Ohio e na Pensilvânia. Os democratas estão animados e acreditam poder retomar o controle do Senado e, com sorte, até da Casa dos Representantes, algo impensável meses atrás. Em menos de três semanas iremos saber se foi otimismo exagerado dos governistas ou se 2016 será uma tragédia completa para o combalido Partido Republicano.
 

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