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Venezuela/crise

Oposição e governo iniciam diálogo na Venezuela

De acordo com os membros da oposição, o diálogo depende dos "gestos" do governo e a ofensiva para destituir o presidente Nicolás Maduro continua, em meio a um crescente clima de desconfiança e divisão interna.

Maduro y Torrealba se estrechan la mano en el inicio de los diálogos, Caracas 30 de octubre de 2016.
Maduro y Torrealba se estrechan la mano en el inicio de los diálogos, Caracas 30 de octubre de 2016. Foto: Reuters
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"O diálogo é para exigir do governo que cumpra a Constituição e que de uma vez por todas aceite a posição da maioria, a saída eleitoral", advertiu o ex-candidato à presidência e líder opositor Henrique Capriles. Delegados de ambas partes chegaram a um acordo na madrugada de segunda-feira sobre uma agenda de negociações, após uma reunião de várias horas com a mediação do Vaticano, da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e de uma comissão de ex-governantes liderada pelo espanhol José Luis Rodríguez Zapatero.

"Dos gestos concretos do governo dependerá o sucesso e a continuidade do diálogo. Sua abertura não significa que vamos paralisar a luta", declarou nesta segunda-feira o secretário-executivo da Mesa da Unidade Democrática (MUD), Jesús Torrealba.

Libertação de presos políticos

O governo venezuelano libertou cinco opositores na segunda-feira, mas a oposição afirma que a Venezuela tem mais de 100 “presos políticos". O dirigente Carlos Ocariz informou que Carlos Melo, Andrés Moreno e Marco Trejo foram libertados. Pouco depois, Torrealba adicionou os nomes de Coromoto Rodríguez e Andrés León.

A libertação dos presos políticos, eleições antecipadas ou a reativação do referendo revogatório - cuja suspensão há 11 dias agravou a crise - são as principais exigências da MUD. Elías Jaua, um dos negociadores de Maduro, já adiantou que "o governo não prende nem solta", e sim a Justiça, e responsabilizou a MUD pela suspensão do referendo "por cometer fraude" no processo.

As partes concordaram com um novo encontro no dia 11 de novembro em Caracas, mas antes trabalharão em mesas separadas sobre temas como respeito ao Estado de direito; justiça, direitos humanos, reconciliação; crise econômica e social; e eleições.

Maduro é rejeitado por 76,4% da população

Os partidários da MUD exigem firmeza na campanha para destituir Maduro, em meio a uma economia devastada, à insegurança e a uma inflação galopante. O índice de rejeição contra Maduro chega a 76,4% da população.  67,8% dos venezuelanos querem sua saída do poder.

O processo para a consulta popular foi suspenso no dia 20 de outubro, após decisões judiciais que cancelaram um recolhimento de assinaturas necessário para sua ativação. Durante a instalação da mesa de negociações, o presidente venezuelano afirmou que assumia um "compromisso total e absoluto" com o diálogo.

Passeata a favor de Chavez

Os chavistas realizarão na terça-feira uma passeata em direção ao Miraflores, onde na quarta haverá uma manifestação de jovens militantes do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV). Na quinta, o chavismo convocou uma mobilização para a Avenida Bolívar, no oeste de Caracas, que a princípio coincidirá com a passeata da MUD.

A crise política se agravou na Venezuela em outubro, após decisões judiciais que cancelaram o recolhimento de assinaturas para a ativação do referendo revogatório .Depois disso, o Parlamento denunciou uma ruptura do marco constitucional e se propôs a declarar Maduro em abandono de cargo por suposto descumprimento de suas funções.

Um julgamento político não está previsto na Constituição e, de qualquer forma, a justiça - segundo a MUD, manipulada pelo governo, desacatou a Assembleia Nacional, razão pela qual suas decisões são consideradas ilegais.

(Com informações da AFP)

 

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