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México cria medidas para proteger seus cidadãos nos EUA

Uma semana após a vitória de Donald Trump à Casa Branca, o governo do México lançou uma mensagem aos cidadãos que vivem no país vizinho: "Estamos com vocês". Esse é o lema das 11 ações divulgadas nesta quarta-feira (17) pela chancelaria do país para "evitar que os mexicanos sejam vítimas de abusos e fraudes".

Muro que separa um trecho da fronteira entre México e Estados Unidos
Muro que separa um trecho da fronteira entre México e Estados Unidos REUTERS/Jose Luis Gonzalez
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O presidente eleito dos EUA é conhecido por suas propostas anti-imigração, como a construção de um muro em toda a extensão da fronteira entre os dois países e a expulsão dos imigrantes ilegais, cuja maioria são mexicanos. Trump chegou a chamá-los de "estupradores e criminosos".

Uma das medidas é a criação de uma linha telefônica direta, disponível 24 horas, para responder a dúvidas dos mexicanos sobre medidas migratórias ou para denunciar incidentes racistas.

O governo mexicano também anunciou que intensificará a promoção do registro e da expedição de certidões de nascimento de filhos de cidadãos mexicanos nascidos nos Estados Unidos e aumentará a presença de consulados móveis. Além disso, aumentará o número de entrevistas para trâmites em seus consulados, com o objetivo de que todos os mexicanos tenham documentação oficial.

Trump advertiu que, assim que assumir a presidência, deportará ou mandará para a prisão até 3 milhões de imigrantes em situação irregular que tenham antecedentes criminais. Ele também ameaçou intervir nas remessas de dinheiro dos mexicanos, uma das principais fontes de renda no país, se o governo do México se negar a pagar pelo muro que, durante a campanha, ele prometeu construir ao longo da fronteira comum.

Organizações de defesa dos direitos civis

O governo mexicano também informou que estreitará a relação com organizações de defesa dos direitos civis. Para Enrique Morones, diretor e fundador da ONG Ángeles de la Frontera, sediada em San Diego (Califórnia), as medidas anunciadas "não vão ser suficientes, mas ajudam".

Morones considerou imperativo que o governo mexicano passe da retórica aos fatos porque os "incidentes de ódio aumentaram desde o início da campanha de devido ao discurso do próprio Trump". Ele teme que se repitam as operações para deter imigrantes irregulares, executadas durante o governo do ex-presidente americano, George W. Bush.

Para Morones também há o forte risco de que aumentem as fraudes realizadas por falsos advogados, que extorquem os imigrantes ilegais, prometendo resolver sua situação migratória por "até US$ 8 mil".

Na segunda-feira (14), o governo mexicano anunciou que discutirá a expulsão de imigrantes em situação irregular com antecedentes penais em seus primeiros contatos com a equipe do presidente eleito.

A expectativa é que Trump e o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, se encontrem, provavelmente antes de o republicano assumir a presidência, em 20 de janeiro, para abordar temas da agenda bilateral.

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