EUA expulsam 35 agentes russos em retaliação por interferência nas eleições

O presidente americano, Barack Obama, anunciou nesta quinta-feira (29) uma série de medidas contra a Rússia, por sua suposta interferência na eleição presidencial, incluindo ciberataques. Trinta e cinco agentes foram expulsos e duas instalações russas em solo americano foram fechadas.

Washington expulsa 35 agentes russos e fecha duas instalações. REUTERS/Jonathan Ernst/Files

Através de um comunicado, Obama precisou que as sanções vão continuar, alertando que os Estados Unidos vão tomar outras medidas "no momento devido", "incluindo operações que não serão reveladas ao público". O presidente convida países "amigos e aliados" dos Estados Unidos a "trabalhar juntos contra os esforços da Rússia para minar as boas práticas internacionais e interferir no processo democrático”.

Obama havia prometido represálias contra a Rússia após as operações de pirataria cibernética que perturbaram o embate eleitoral entre o republicano Donald Trump e a democrata Hillary Clinton.

Washington acusa hackers russos de terem interceptado milhares de e-mails de autoridades democratas. As mensagens foram em seguida publicadas na internet, colocando a nu as deliberações internas do campo democrata e prejudicando a candidata do partido.

Trump não acredita em acusações

O presidente eleito Trump afirmou “não acreditar” nas acusações, qualificadas por Moscou como “indecentes. Mas o republicano parece sozinho em seu próprio feudo, uma vez que a maior parte dos responsáveis do partido não questiona a veracidade das operações russas e pede sanções.

Barack Obama indicou ter sancionado “nove entidades ou indivíduos”, incluindo o GRI e o FSB, os dois serviços de informação russos, e de empresas que forneceram “material de apoio” às operações informáticas do GRI.

Além disso, explicou o presidente, o Tesouro americano também sancionou dois russos acusados de pirataria para desvio de fundos ou de dados pessoais.

O Departamento de Estado norte-americano informou ainda o fechamento “de duas instalações russas – em Maryland e Nova York – utilizadas pelos russos para coleta de dados”, além de declarar “persona no grata” 35 integrantes dos serviços russos de informações.