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Apple celebra os 10 anos de sucesso do iPhone

Há exatamente dez anos, o fundador da Apple, Steve Jobs, anunciava com entusiasmo a comercialização do primeiro iPhone, um dispositivo que revolucionaria a telefonia, a Internet, e mudaria a vida de muitas pessoas no planeta.

Steve Jobs apresenta o primeiro iPhone em São Francisco, há exatamente 10 anos atrás.
Steve Jobs apresenta o primeiro iPhone em São Francisco, há exatamente 10 anos atrás. TONY AVELAR / AFP
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Por Bruno Faure

Mais de um bilhão de modelos foram vendidos desde a criação do aparelho. O iPhone e seus concorrentes tornaram-se então ferramentas essenciais na vida cotidiana das pessoas.

Nenad Cetkovic, executivo de uma empresa especializada em e-commerce em Paris e apaixonado por tecnologia, lembra com carinho um pacote que veio em 2007 direto dos Estados Unidos. No interior da encomenda, seu primeiro iPhone, no qual precisou "mexer muito" para conseguir acessar a rede francesa.

"Foi inovadora a capacidade de misturar música e os aplicativos com uma interface e uma ergonomia muito originais, muito longe dos telefones com teclados duros e botões físicos, microscópicos. Dava vontade de ter um, não podíamos esperar”. Um detalhe divertido: este pai de família deixou recentemente o iPhone por um smartphone chinês, mais adequado, segundo ele, às suas necessidades atuais, particularmente em termos de vida útil da bateria.

O smartphone, um "espelho de si mesmo"

De versão em versão – foram cinco no total - o iPhone se tornou mais poderoso, com utilizações cada vez mais variadas: telefone, claro, mas também e-mail, agenda, computador, câmera, vídeo, música, console de jogos, GPS. No total, foram milhares de aplicações mais ou menos úteis. Um verdadeiro canivete suíço, capaz de ocupar todo o nosso tempo.

Este foi precisamente o foco da análise de Judith Aquien no livro “Podemos viver sem smartphone?”. Segundo ela, a ferramenta da Apple “absorveu até a função de enganar o tédio, de se apresentar ao mundo". "Estamos constantemente colados a esta máquina, nossos momentos contemplativos se tornam cada vez mais raros, porque na verdade nós contemplamos um espelho de nós mesmos! É uma ferramenta que parece nos conectar com tudo, totalmente fascinante, e viciante", conclui Aquien.

Em nossas sociedades, um jeito diferente de se relacionar com os outros

O smartphone é uma extensão de nós mesmos. Mas, e este é o paradoxo, o dispositivo também revolucionou a nossa relação com outras pessoas. Nós já não nos comunicamos necessariamente com quem está estão geograficamente próximo a nós, nós nos abrimos para o mundo.

A ferramenta da Apple também mudou nossa relação com a escrita: enterrado o e-mail tradicional, escrevemos em nossos telefones da forma que falamos. O iPhone também permitiu a explosão do comércio online. Sejam os chineses do Ali Baba, ou os americanos da Amazon ou do Facebook, todos podem agradecer a Apple e seus concorrentes.

Samsung, HTC e Huawei: a concorrência

Tudo vai bem, exceto que o iPhone não é mais tão bem vendido quanto antes, fazendo o lucro do grupo Apple derrapar. A Huawei da China, o terceiro maior fabricante de smartphones, revelou nesse domingo durante o Salão de Tecnologia de Las Vegas, sua ambição de invadir o mercado norte-americano com seus dispositivos da linha intermediária, o Honor 6X, muito mais barato do que o iPhone. Para manter o primeiro lugar nas vendas, a Apple terá que inovar.

Valerie Fernandez, chefe do Departamento de Ciências Econômicas e Sociais na escola Télécom ParisTech, confirma que "a concorrência está aí." Mas, segundo ela, a Apple ainda controla "uma cultura de design”. “O grupo ainda possui algumas fatias de mercado interessantes no mundo dos consumidores, que sempre esperam, em primeiro lugar, dispositivos que sejam fáceis de usar", analisa Fernandez.

Um dos desafios para os próximos anos, é também o modelo de fabricação desses smartphones, destinadas a ficarem obsoletos rapidamente, ignorando preceitos éticos e o meio ambiente. O smartphone sustentável já existe, mas é caro demais, e está longe de possuir todas funcionalidades de seus concorrentes.

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