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Político do alto escalão colombiano é primeiro preso do caso Odebrecht no exterior

O ex-vice-ministro de Transportes da Colômbia, Gabriel García Morales, que ocupou o cargo durante o governo de Álvaro Uribe (2002-2010), foi detido nesta quinta-feira (12) sob a acusação de receber subornos da empresa Odebrecht, segundo a Procuradoria local.

O ex-vice-ministro de Transportes da Colômbia Gabriel García Morales, foi detido nesta quinta-feira sob a acusação de receber subornos da Odebrecht.
O ex-vice-ministro de Transportes da Colômbia Gabriel García Morales, foi detido nesta quinta-feira sob a acusação de receber subornos da Odebrecht. Captura de vídeo
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"Há evidências de que García recebeu US$ 6,5 milhões para garantir que a Odebrecht fosse selecionada" para um contrato rodoviário, afirmou o procurador-geral, Néstor Humberto Martínez, durante entrevista coletiva.

García é o primeiro detido na Colômbia nas investigações relativas ao caso Odebrecht. Ele é acusado de ter facilitado o acesso do grupo à construção do setor 2 da Estrada do Sol, um trajeto de mais de 500 km ligando o centro do país ao Caribe. O contrato foi firmado em janeiro de 2010, durante o governo de Álvaro Uribe, e continua em execução.

Segundo os investigadores, García, então titular do Instituto Nacional de Concessões, encarregou-se de excluir os demais competidores para entregar a obra à Odebrecht.

"Os pagamentos [subornos] destinados à concorrência foram executados pela Odebrecht no Brasil, através do departamento de Operações Estruturais do grupo".  García deverá ser denunciado nas próximas horas por corrupção passiva, enriquecimento ilícito e prevaricação.

Gabriel García Morales, vice-ministro de Transportes da Colômbia durante o governo de Álvaro Uribe (2002-2010)
Gabriel García Morales, vice-ministro de Transportes da Colômbia durante o governo de Álvaro Uribe (2002-2010) presidencia.gov.co

Odebrecht indenizará Estado colombiano

O procurador-geral colombiano, Néstor Humberto Martínez, revelou que o grupo brasileiro solicitou um princípio de acordo "com o objetivo de colaborar com o processo e obter imunidade".

A Promotoria condicionou a proposta ao pagamento de 32 bilhões de pesos (o equivalente a US$10,9 milhões) como reparação aos danos causados à administração pública colombiana, acordo que foi aceito pela Odebrecht.

O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, já havia solicitado nessa quinta-feira (12) ao Ministério Público uma ênfase em investigações sobre eventuais subornos a funcionários colombianos por parte da Odebrecht. "Pedimos ao Ministério Público que acelere as investigações", disse Santos em entrevista a uma rádio local, destacando que a Procuradoria "realizou um trabalho muito importante" sobre o caso. "Necessito que investiguem se alguém do meu governo recebeu suborno para poder colocá-lo na cadeia o mais rápido possível", disse Santos.

O presidente colombiano admitiu que durante a Cúpula das Américas de 2015, celebrada no Panamá, ele chegou a se encontrar com o presidente da Odebrecht, ato que qualificou de “reunião comum com investidores”.

A Colômbia anunciou o cancelamento dos contratos com a Odebrecht em dezembro de 2016, até que se investiguem possíveis atos de corrupção da empresa brasileira.

Assista abaixo o vídeo da prisão do político colombiano:

 

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