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União Europeia pede solução pacífica para crise na Venezuela

O bloco emitiu comunicado incentivando diálogo para o país sair da crise. Milhares de opositores prosseguiram os protestos nesta segunda-feira (15), bloqueando estradas em 50 pontos do país.  

Milhares de opositores participam de bloqueio pela Venezuela em 15 de maio de 2017
Milhares de opositores participam de bloqueio pela Venezuela em 15 de maio de 2017 Reuters/Carlos Garcia Rawlins
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A União Europeia pediu nesta segunda-feira uma solução pacífica na Venezuela e fez um apelo para que "todas as partes" se abstenham "de cometer atos violentos". Em conclusões adotadas pelos chanceleres europeus, os 28 Estados-membros pedem que "todos os agentes políticos e as instituições da Venezuela trabalhem de forma construtiva em prol de uma solução para a crise", baseada no respeito aos Direitos Humanos e na separação de poderes.

"Plantão contra a ditadura"

Enquanto a comunidade internacional se articula, os venezuelanos continuam a protestar. Sentados no asfalto ou de pé com bandeiras, milhares de opositores bloqueiam hoje importantes vias de acesso da Venezuela para não dar trégua em sua pressão contra o presidente Nicolás Maduro, que encara uma onda de protestos há seis semanas.

Sob o nome de "grande plantão contra a ditadura", o dia se estenderá por 12 horas até as 19h locais (20h de Brasília) em 50 pontos do país. Em Caracas é realizado na importante estrada Francisco Fajardo, onde alguns gritavam "Liberdade!". Alguns jogam cartas, cantam, leem ou tocam violão, preparados para passar todo o dia nas ruas.

"É um dia de resistência, de paciência, de demonstrar organização e firmeza", declarou o deputado, ressaltando que o objetivo é "gerar uma espécie de ingovernabilidade".

Penúria e violência

Maduro enfrenta uma onda de protestos desde 1º de abril, que deixou 38 mortos e centenas de feridos e detidos, dos quais uma centena, segundo organizações de direitos humanos, estão sendo processados por tribunais militares. "Não há liberdade, nos reprimem, não há comida e quando há é extremamente cara, seguirei nas ruas até que ocorra uma mudança", disse o docente Miguel Martínez.

A coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) exige eleições gerais para resolver a grave crise política e econômica, que se reflete em uma forte escassez de alimentos e remédios, e na inflação mais alta do mundo, que chegaria a 720% neste ano, segundo o FMI. "Meu pai faleceu por falta de medicamentos. Não há comida e quando encontramos, está caríssima. Aqui matam por um celular", declarou Katty Biagioni, pedagoga de 43 anos.

Esgotada, população não vê luz no fim do túnel

Nas manifestações, os opositores também rejeitam a convocação do presidente a uma Assembleia Nacional Constituinte popular, com a qual, segundo eles, busca evitar as eleições e se agarrar no poder. Mas Maduro, cuja gestão é rejeitada por entre 70% e 80% dos venezuelanos, de acordo com pesquisas privadas, afirmou no fim de semana que "em 2018, com chuva, trovão ou relâmpagos, a Venezuela terá eleições presidenciais", como ordena a lei.

Em dezembro, deveriam ter sido realizadas as eleições de governadores, mas foram adiadas pelo poder eleitoral; neste ano, estão previstas as eleições de prefeitos.

Maduro afirma que a Constituinte é o único caminho para a paz, mas esta iniciativa aumentou a tensão política, já que ao menos a metade dos 500 parlamentares serão eleitos por setores sociais, nos quais o governo exerce forte influência, o que coloca em xeque o "voto universal".

A oposição realizou no sábado passado (13) caravanas de veículos, bicicletas, motos e até de cavalos em várias regiões, e no domingo (14) uma marcha no Dia das Mães, em Caracas.

Enquanto isso, Maduro, a quem as Forças Armadas declararam "lealdade incondicional", acusa seus adversários de promover "atos de terrorismo" para aplicar um "golpe de Estado". O chefe do Parlamento, o opositor Julio Borge, pediu no domingo às Forças Armadas que iniciem um diálogo sobre a crise no país e que se coloquem "ao lado do povo".

(Informações AFP)
 

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