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EUA/Rússia

Procurador-geral dos EUA irá depor no Senado sobre relações com Rússia

O procurador-geral e secretário de Justiça dos Estados Unidos, Jeff Sessions, participará na terça-feira (13) de uma audiência pública sobre suas relações particulares com funcionários russos, informou nesta segunda-feira o Comitê do Senado para Assuntos de Inteligência.

Jeff Sessions reconheceu ter encontrado Serguei Kislyak, embaixador russo em Washington.
Jeff Sessions reconheceu ter encontrado Serguei Kislyak, embaixador russo em Washington. ©REUTERS/Yuri Gripas
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Sessions já se declarou impedido de participar da investigação sobre o mesmo assunto que é conduzida no Departamento de Justiça, para onde foi nomeado um procurador especial e independente, Robert Mueller.

Durante toda a campanha de 2016, Sessions, que foi um dos primeiros legisladores a apoiar a candidatura de Donald Trump, manteve contatos com funcionários russos, incluindo reuniões que ocultou dos senadores durante as audiências para a sua confirmação.

O comparecimento de Sessions na comissão foi negociado durante todo o fim de semana, mas restava que ele confirmasse se aceitaria falar sob juramento em uma audiência pública.

Assim, uma sucinta nota enviada nesta segunda-feira pelo comitê do Senado colocou um ponto final nas especulações: "a audiência ocorrerá [...] em sessão aberta", expressou.

Polêmica interminável

Antes de tomar posse como novo secretário de Justiça e procurador-geral, Sessions foi senador por 20 anos pelo Alabama. Como parlamentar, defendia uma política "punho de ferro" contra os imigrantes ilegais, um dos aspectos centrais da campanha de Donald Trump.

Nas últimas duas semanas, Washington tem sido palco de constantes rumores de animosidade entre Trump e Sessions, a tal ponto que parte da imprensa chegou a afirmar que o procurador-geral tinha uma carta de demissão pronta. A audiência com James Comey, ex-diretor do FBI, e a planejada para terça-feira com Sessions fazem parte da interminável polêmica sobre o papel da Rússia durante a eleição presidencial.

Essa polêmica surgiu com o ataque cibernético durante a campanha contra o Comitê Nacional do Partido Democrata. Mais tarde, milhares de e-mails do comitê de campanha da candidata democrata Hillary Clinton foram publicados no site do WikiLeaks.

Rússia na berlinda

No final de 2016, várias agências de Inteligência dos Estados Unidos afirmaram, com variados graus de certeza, que a Rússia estava por trás do ataque cibernético e da publicação dos e-mails para ajudar Trump a vencer a eleição. Esse escândalo foi apoiado por vários contatos que pessoas ligadas à campanha de Trump tiveram com autoridades russas, alimentando as suspeitas. Durante a campanha, o caso provocou a renúncia do empresário Paul Manafort, então coordenador da máquina política de Trump, mas que mantinha milionários contratos comerciais com a Rússia.

Como diretor do FBI, Comey liderava uma investigação que centrou suas atenções no general Michael Flynn, nomeado conselheiro de Segurança Nacional na Casa Branca. Flynn manteve conversas com o embaixador russo nos Estados Unidos antes de tomar posse e, posteriormente, escondeu de seus superiores esses contatos.

Obstrução da justiça

Em maio, Trump demitiu Comey, alegando que a investigação sobre a Rússia era uma "nuvem" que o FBI era incapaz de dissipar. No entanto, perante o Comitê de Inteligência do Senado, Comey afirmou que Trump pediu-lhe que deixasse Flynn em paz, um gesto que, sob a lei americana, pode ser visto como uma tentativa de obstrução da justiça.

Esse cenário caótico levou à nomeação de Mueller como procurador especial para investigar o caso. Nesse contexto, os senadores querem saber qual foi o papel do procurador-geral Sessions na demissão de Comey. Na sexta-feira, o próprio presidente Trump disse estar "100%" disposto a testemunhar sob juramento sobre esta polêmica.

Outra derrota de Trump

Paralelamente, um tribunal de apelações manteve em vigor, nesta segunda-feira (12), o bloqueio à proibição imposta pelo presidente Donald Trump ao ingresso nos EUA de cidadãos de seis países de maioria muçulmana.

A Corte federal de Apelações do 9º circuito manteve, em boa parte, o bloqueio imposto à medida por um tribunal de instância inferior, embora tenha manifestado que o governo tem o direito de rever o processo para impedir a entrada de visitantes ao país.

Em janeiro, logo após sua posse, Trump sancionou uma ordem executiva, proibindo a entrada nos EUA de cidadãos de sete países, por um período de 90 dias, além de suspender o programa de refugiados por 120 dias. A medida foi rapidamente bloqueada pelos tribunais.
 

 

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