Acessar o conteúdo principal

Ódio por Trump pode ter motivado homem que atirou em congressistas republicanos

Um homem armado com um rifle disparou nesta quarta-feira (14) contra doze congressistas republicanos e membros de suas equipes que praticavam beisebol para preparar-se para um partida de caridade, ferindo gravemente um deputado e mais quatro pessoas. O atirador foi morto pela polícia.  

Peritos do FBI examinam o campo de beisebol onde congressistas foram atacados em Alexandria, Virginia, em 14 de junho de 2017
Peritos do FBI examinam o campo de beisebol onde congressistas foram atacados em Alexandria, Virginia, em 14 de junho de 2017 REUTERS/Mike Theiler
Publicidade

Um importante congressista republicano americano, Steve Scalise, e outras quatro pessoas foram feridas nesta quarta-feira (14) em um tiroteio em Alexandria, perto de Washington, durante um treino de beisebol para uma partida de caridade.

O atirador, identificado pela imprensa americana como James Hodgkinson, de 66 anos, foi ferido no local e faleceu horas depois, segundo anunciou o presidente americano Donald Trump. Ele era um militante de esquerda e havia trabalhdo como voluntário na campanha do pré-candidato democrata Bernie Sanders, que reagiu imediatamente: "Fui informado que o atirador (...) é alguém que aparentemente foi voluntário em minha campanha eleitoral. Estou enojado por este ato desprezível", declarou o senador em um comunicado. "A violência de qualquier tipo é inaceitável em nossa sociedade, e condeno esta ação nos termos mais enérgicos possíveis", acrescentou.

O número três da Câmara dos Representantes, Steve Scalise, foi submetido a uma intervenção cirúrgica e as últimas informações deram seu estado como "crítico". Os outros feridos são dois agentes da polícia e dois assessores legislativos.

O presidente Donald Trump fez uma declaração depois do ataque: "Estamos profundamente entristecidos com essa tragédia estou acompanhando de perto o desenvolvimento do caso. Nossos pensamentos e orações estão com os membros do Congresso, suas equipes, a polícia do Capitólio e todos os afetados", acrescentou.

"Trump é um traidor"

Residente do estado de Illinois, James Hodgkinson expressava no Facebook sua simpatia por Bernie Sanders, ex-candidato nas primárias democratas e líder da esquerda dos Estados Unidos.

"Trump é um traidor. Trump destruiu a nossa democracia. Chegou a hora de destruir Trump e companhia", escreveu em março o suposto atirador em sua página no Facebook. Suas fotos mostram um homem forte, de nariz achatado, barba e óculos escuros.

De acordo com a mesma página, James Hodgkinson era originário de Belleville, subúrbio de St. Louis. Segundo sua esposa, citada pela emissora ABC, o homem havia se mudado há dois meses para Alexandria, cidade do estado da Virgínia, onde o ataque aconteceu.

Em razão do incidente, todas as plenárias previstas no Congresso foram canceladas. Os parlamentares relataram uma cena de extrema violência, com dezenas de balas disparadas. O tiroteio só terminou com a resposta dos oficiais da segurança do Capitólio, que estavam no local. "Ele teria matado todo o mundo se não fossem os policiais", segundo o senador Rand Paul ao canal CNN. "Sem eles, teria sido um massacre". Além de Scalise, foram feridos Zachary Barth, um colaborador do deputado Roger Williams, o lobbista e ex-assessor legislativo Mike Mika e dois policiais do Congresso.

O tiroteio aconteceu por volta das 07H00 (8H00 de Brasília) no Eugene Simpson Stadium Park, onde a equipe de beisebol republicana treina há semanas para a partida organizada anualmente desde 1909 entre um time republicano e um democrata. O evento deste ano estava previsto para quinta-feira (15).

"Estava no campo, ouço um 'bam', me viro e vejo um fuzil na terceira base. Ouvi outro 'bam' e me dei conta de que se tratava de um atirador. No mesmo momento, ouço Steve Scalise gritar. Foi atingido. A arma era semiautomática e o atirador prosseguiu disparando contra várias pessoas", contou o parlamentar do Alamana, Mo Brooks, à CNN.

Segundo o senador Rand Paul, que também estava no campo no momento do tiroteio, Steve Scalise, ferido, caiu no chão depois de ser atingido em uma tentativa de escapar do atirador, que continuou a atirar contra várias pessoas.

Os congressistas são protegidos pela polícia do Capitólio quando estão no perímetro da sede do Congresso, mas autoridades como Steve Scalise costumam andar cercadas por guarda-costas, o que explica a presença de dois deles nesta quarta-feira de manhã. Segundo o chefe da polícia de Alexandria, três policias locais chegaram no estádio em três minutos.

Scalise, um defensor do lobby das armas

Steve Scalise, de 51 anos, é o "Whip" da Câmara, isto é, o número três na hierarquia da Câmara baixa do Congresso, encarregado da disciplina partidária.

Representando um colégio eleitoral da Louisiana, encarna a ala conservadora do partido, o Tea Party, e se juntou à equipe de direção da Câmara em 2014.

Ardente defensor da ortodoxia conservadora, tanto em questões religiosas quanto sobre a legislação das armas, Steve Scalise havia sido alvo de uma polêmica em dezembro de 2014, após a revelação de um discurso em 2002 perante um grupo supremacista branco, quando era eleito local.
Na época do escândalo, lamentou o discurso e recebeu o apoio dos seus colegas.

 

 

 

 

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.