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Venezuela/greve geral

Oposição venezuelana organiza greve geral contra Constituinte de Maduro

Os opositores venezuelanos iniciaram uma paralisação cívica geral, nesta quinta-feira (20), para exigir que o presidente Nicolás Maduro volte atrás em sua Assembleia Constituinte, quase quatro meses depois de protestos com violentos distúrbios, bloqueios de ruas e uma economia estagnada.

A paralisação de 24 horas começou às 6h locais (7h, horário de Brasília). Chamada de "hora zero" pela oposição.
A paralisação de 24 horas começou às 6h locais (7h, horário de Brasília). Chamada de "hora zero" pela oposição. REUTERS/Marco Bello TPX IMAGES OF THE DAY
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A paralisação de 24 horas começou às 6h locais (7h, horário de Brasília). Chamada de "hora zero" pela oposição, essa convocação intensifica as manifestações que deixaram cerca de 100 mortos desde 1º de abril.

Animada pelos 7,6 milhões de votos do plebiscito simbólico que realizou no domingo passado (16) contra Maduro e contra sua Constituinte, a oposição convocou um cessar das atividades formais e informais, mas de forma ativa. Por isso, as vias de Caracas e de outras grandes cidades do país amanheceram desoladas e bloqueadas por barricadas.

Polêmica reforma da Constituição

Dentro de dez dias, por iniciativa de Maduro, 545 constituintes serão eleitos para reformar a Carta Magna, uma polêmica convocatória que incendiou ainda mais as ruas.

"Tenho sete operários e vou pagar o dia a eles. Não importa que percam o dia de trabalho, se estamos perdendo um país. Eu me somo à greve para resgatar o pouco que nos resta dele", afirmou à AFP Omar, de 34 anos, dono de uma pequena construtora do sudeste de Caracas.

Em depoimento à RFI, a presidente da União dos Trabalhadores Venezuelanos, Marcela Máspero, declarou: “A oposição confia na mobilização da população, depois do sucesso do plebiscito e descartou uma ‘caça às bruxas’ contra o chavismo, caso consiga tirar Maduro do poder”.

Pressão internacional

Nicolas Maduro também sofre uma forte pressão internacional para desistir de seu projeto, mas o presidente insiste no prosseguimento da Constituinte, "pela paz e pela recuperação econômica do país".

O ato conta com o apoio da cúpula empresarial, de câmaras de comércio e indústria, de parte dos sindicatos, de estudantes e funcionários dos transportes. Já o governo controla a estratégica indústria petroleira e o setor público, com quase três milhões de empregados.

"Essa paralisação é um embate de força entre um empresariado e uma população famélica e pauperizada e um governo também quebrado, que controla os poucos recursos de um país petroleiro", opinou o presidente do instituto Datanálisis, Luis Vicente León.

Marcela Máspero, coordenadora da União de Trabalhadores da Venezuela (UNETE) - uma das principais centrais operárias do país -, afirma que muitos empregados estão sendo pressionados, mas que, mesmo assim, apoiam a greve geral.

"São dias importantes para o governo entender que uma saída democrática e pacífica para a crise, para os trabalhadores, significa retirar a Constituinte", declarou à AFP o líder sindical Froilán Barrios.

Greve conta com apoio empresarial

Os empresários, a quem Maduro acusa de travarem uma "guerra econômica" para derrubá-lo, apoiam a greve, alegando que a Constituinte instaurará um modelo econômico que vai piorar a crise do país, afetado por uma severa escassez de alimentos e de remédios, assim como por uma inflação voraz.

"A Assembleia Constituinte é apenas uma maneira de disfarçar a transformação da Venezuela em um Estado comunista", alertou o presidente da Fedecámaras, Carlos Larrazábal.

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