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Argentina condena ex-juízes à prisão perpétua por crimes da ditadura

A justiça argentina condenou à prisão perpétua doze pessoas por crimes contra a humanidade cometidos durante a ditadura, incluindo quatro ex-juízes federais, segundo informações do Centro de Informação Judicial da Corte Suprema em Buenos Aires.

O sótão da ESMA, a Escola Mecânica da Armada, o maior centro clandestino de detenção, tortura e extermínio da ditadura militar argentina.
O sótão da ESMA, a Escola Mecânica da Armada, o maior centro clandestino de detenção, tortura e extermínio da ditadura militar argentina. Wikipédia / CC BY-SA 3.0
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Outros 13 argentinos foram condenados a penas entre 3 a 20 anos e três foram absolvidos. Esse é o quarto e mais importante julgamento de crimes contra a humanidade realizado na cidade de Mendoza.

Os condenados foram acusados de delito contra 110 pessoas, das quais 52 ainda permanecem desaparecidas. O processo inclui casos como o de Celina Manrique Terrera, sequestrada quando tinha apenas oito meses de idade.

500 bebês roubados

O julgamento começou em fevereiro de 2014 e levou em consideração crimes acontecidos entre 1975 e 1979, cometidos pela polícia de Mendoza, assim como a cumplicidade dos juízes que se abstiveram de investigar os casos. Mais de 200 testemunhas contribuíram com seus relatos para esse processo, o primeiro a analisar o sequestro de um menor enquanto seus pais permaneciam em cativeiro.

De acordo com organizações humanitárias, a ditadura argentina, que durou de 1976 a 1983, deixou 30 mil desaparecidos e cerca de 500 bebês foram roubados ao nascimento, dentro os quais 122 puderam recuperar suas identidades graças ao trabalho da Associação Abuelas de Plaza de Mayo.

A derrogação em 2005 da lei de anistia para autores de crimes contra a humanidade permitiu a realização de 689 condenações por tortura, sequestro e assassinato de opositores, segundo um relatório judicial de 2016.

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