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EUA

Republicanos fracassam em nova tentativa de derrubar Obamacare

Desgastados por disputas internas, os senadores republicanos fracassaram mais uma vez, na madrugada desta sexta-feira (28), ao tentar derrubar o sistema de saúde instaurado pelo governo de Barack Obama. O incidente é considerado mais uma derrota do presidente americano Donald Trump. 

A seu pedido, o líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, organizou a votação após vários adiamentos desde junho, para relançar reforma da saúde de Trump. Foto do 27/07/17
A seu pedido, o líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, organizou a votação após vários adiamentos desde junho, para relançar reforma da saúde de Trump. Foto do 27/07/17 REUTERS/Aaron P. Bernstein/File Photo
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A tensa votação, que começou na quinta-feira (27), terminou na madrugada de sexta com 51 votos contra e 49 a favor por uma anulação parcial do Obamacare. Além dos democratas, três senadores conservadores se manifestaram contra o projeto dos republicanos, entre eles, John McCain.

"Três republicanos e 48 democratas decepcionaram o povo americano. Como eu estou falando desde o começo, deixem o Obamacare implodir e depois negociem", escreveu Trump no Twitter.

Derrota do governo Trump

O novo fracasso na tentativa de acabar com o Obamacare é mais uma derrota para os republicanos, que são maioria no Congresso, e para o governo Trump. Uma de suas principais promessas de campanha era colocar um ponto final no sistema de saúde da administração anterior.

"É uma decepção. Lamento que nossos esforços não tenham simplesmente sido suficientes até agora", desabafou o chefe da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell.

A revogação limitada do Obamacare ficou conhecida nos Estados Unidos como "derrogação reduzida". O mecanismo eliminaria a obrigação das empresas de propor uma cobertura médica para seus funcionários. A reforma parcial também eliminaria um imposto aos fabricantes de equipamentos médicos.

Votação tensa

A proposta dos republicanos de desmembrar o sistema de saúde do governo anterior inflamou a votação no Senado. Os democratas alegam que a eliminação do Obamacare provocará cortes importantes no Medicaid, o programa de cobertura médica para os mais pobres e deficientes, assim como generosas reduções de impostos para os mais ricos e elevação da contribuição para pessoas com antecedentes médicos.

O Escritório de Orçamento do Congresso (CBO, na sigla em inglês) analisou o projeto e chegou à conclusão de que, se a lei fosse aprovada, os valores dos seguros sofreriam um aumento de 20% ao ano. Além disso, 16 milhões de pessoas perderiam seu plano.

Trump, que tentou utilizar toda a sua influência para cumprir a promessa de campanha de enterrar o Obamacare, chegou a ameaçar vários senadores republicanos, piorando o clima no Senado.

“Virar a página”

"Não estamos celebrando. Estamos aliviados, porque milhões de pessoas poderão manter seu seguro de saúde", afirmou o líder da bancada democrata, senador Chuck Schumer, admitindo, contudo, que o Obamacare precisa de melhorias. "Viremos a página e trabalhemos juntos para melhorar nosso sistema de saúde", convocou.

Alguns republicanos se negavam a aceitar que as tentativas para derrogar a reforma de saúde tenham, enfim, se esgotado. "O jogo só acaba quando termina", disse o senador John Kennedy à imprensa, ainda na expectativa de que o Congresso possa começar do zero. Entretanto, a opção pode prolongar a disputa por muito mais tempo e aprofundar ainda mais a fratura no Partido Republicano.

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