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Venezuela

Sob tensão, Venezuela elege Assembleia Constituinte

As urnas para a eleição dos membros de uma Assembleia Constituinte convocada pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, abriram neste domingo (30) às 6h locais (7h de Brasília). Manifestações contra a votação estão previstas para serem realizadas em todo o país, apesar da proibição do governo.

Urnas para a eleição dos membros da Assembleia Constituinte da Venezuela abriram às 6h locais deste domingo (30).
Urnas para a eleição dos membros da Assembleia Constituinte da Venezuela abriram às 6h locais deste domingo (30). REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
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O presidente foi o primeiro a votar em um centro eleitoral da zona oeste de Caracas. "Fui o primeiro eleitor do país. Peço a Deus todas as bênçãos para que o povo possa exercer livremente seu direito democrático ao voto", disse Maduro.

O dia de votação será marcado por um ambiente de tensão, depois que a oposição, que não apresentou candidatos para a eleição, anunciou protestos e barriacadas em todo país contra a votação. As manifestações acontecem no contexto de uma forte mobilização iniciada no dia 1° de abril para exigir a saída de Maduro do poder. Até o momento, ao menos 113 pessoas morreram e milhares ficaram feridas ou foram detidas.

Urnas destruídas 

As urnas destruídas no sábado (29) por opositores não devem atrapalhar a eleição. A presidente do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, Tibisay Lucena, informou que houve "ataques e queimas de máquinas" de votação em algumas cidades. 

Segundo ela, fotografias mostrando ataques e queima de máquinas foram publicadas nas redes sociais. No Twitter, circulou um vídeo de pessoas chutando urnas de votação no meio da rua em Queniquea, no noroeste, enquanto que, em Palmira, também no noroeste, parte do material eleitoral foi incendiado.

"Substituímos essas máquinas que foram queimadas e garantimos aos eleitores o direito ao voto", frisou Lucena.

Por que a votação é polêmica

A Assembleia Nacional Constituinte é um grupo eleito para redigir a constituição da Venezuela. A votação é polêmica porque dela não participam candidatos opositores e não há motivos concretos para mudar a Constituição. A atual Carta Magna está em vigor desde 1999 e foi estabelecida pelo ex-presidente Hugo Chávez.

O receio de quem se posiciona contra a eleição é não saber quais leis serão aprovadas. Os críticos afirmam que a nova constituição servirá para aumentar os poderes do presidente.

A eleição para a Assembleia Constituinte também é rejeitada pelos Estados Unidos e vários países da Europa e da América Latina. Na semana passada, o Brasil se uniu ao coro e pediu que Maduro cancelasse a eleição.

Como funciona a eleição

No total, serão escolhidas 545 pessoas, sendo que 364 receberão voto direto através de eleição territorial. Neste caso, cada município terá um representante e as capitais dos estados, dois – sem importar o tamanho da população. 

Os outros 173 membros serão definidos pelos setores sociais, que são organizações sociais chavistas, sindicatos e outras entidades criadas pelo Estado. Também serão eleitas oito pessoas de comunidades indígenas. 
 

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