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Trump sugere “intervenção militar” na Venezuela

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (11) que não descarta "uma possível opção militar" na Venezuela, imersa em uma crise política e econômica. Caracas qualificou a declaração do presidente norte-americano de “ato de loucura”.

Donald Trump durante coletiva de imprensa em Bedminster, New Jersey, em 11 de agosto de 2017.
Donald Trump durante coletiva de imprensa em Bedminster, New Jersey, em 11 de agosto de 2017. REUTERS/Jonathan Ernst
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"Temos muitas opções para a Venezuela, incluindo uma possível opção militar se for necessário", disse o presidente de seu clube de golfe em Bedminster, em New Jersey, onde se encontra de férias. Segundo a Casa Branca neste sábado (12), o presidente venezuelano Nicolás Maduro teria solicitado ainda na sexta-feira (11) uma conversa telefônica com o governo norte-americano, que recusou a proposta afirmando que "conversará com a Venezuela quando a democracia estiver restabelecida no país".

Trump lembrou que a Venezuela é "vizinha" dos Estados Unidos e disse que "certamente" Washington poderia optar por uma operação militar para resolver a situação no país sul-americano, onde quatro meses de protestos contra o presidente Nicolás Maduro resultaram em violentos distúrbios, que deixaram pelo menos 125 mortos.

"Temos tropas no mundo todo em lugares muito distantes. A Venezuela não fica longe e as pessoas estão sofrendo e morrendo", declarou Trump a jornalistas na sexta-feira.

“Ato de loucura”

O ministro venezuelano da Defesa, general Vladimir Padrino López, reagiu afirmando que a ameaça de Trump "é um ato de loucura, de supremo extremismo, de uma elite extremista que governa os Estados Unidos". "Como soldado, junto à FANB (Força Armada Nacional Bolivariana) e junto ao povo, estou certo de que todos estaremos na linha de frente na defesa dos interesses e da soberania de nossa amada Venezuela", declarou Padrino à TV estatal.

O chanceler chileno, Heraldo Muñoz, repudiou a posição de Trump afirmando no Twitter que o governo de Michelle Bachelet "rejeita qualquer ameaça de intervenção militar na Venezuela". Muñoz defendeu a 'Declaração de Lima', firmada esta semana por 12 países do continente, que pede uma "negociação" para se chegar a uma "solução duradoura" na Venezuela.

Horas após a ameaça de Trump, a Casa Branca informou que o presidente "conversará com prazer com o líder da Venezuela assim que a democracia for restaurada neste país". "Os Estados Unidos estão com o povo da Venezuela diante da contínua repressão do regime de Maduro", acrescentou o comunicado.

Maduro havia ordenado a seu chanceler, Jorge Arreaza, que buscasse uma "conversa pessoal" com Trump, por telefone ou no contexto da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, marcada para setembro. Trump analisou a crise na Venezuela nesta sexta-feira com seu secretário de Estado, Rex Tillerson, e com a embaixadora americana na ONU, Nikki Haley.

Questionado sobre as observações de Donald Trump, o Pentágono se declarou pronto a apoiar todos os esforços para proteger os cidadãos norte-americanos e os interesses dos Estados Unidos, mas acrescentou que as insinuações de Caracas sobre um projeto de invasão na Venezuela eram "infundadas".

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