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EUA

Trump diz que suas reações sobre confrontos em Charlottesville foram "perfeitas"

O presidente americano, Donald Trump, continua inconformado com as críticas que recebeu sobre o gerenciamento da onda de violências raciais nos Estados Unidos. Em um discurso na cidade do Phoenix, na noite de terça-feira (22), o bilionário considerou "perfeitas" as polêmicas declarações que fez sobre os enfrentamentos entre militantes antirracistas e supremacistas brancos na cidade de Charlottesville no dia 12 de agosto.

O presidente americano, Donald Trump, durante discurso no Phoenix, no Arizona, na terça-feira (22).
O presidente americano, Donald Trump, durante discurso no Phoenix, no Arizona, na terça-feira (22). REUTERS/Joshua Roberts
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"Eu nunca disse que eu gosto de vocês porque vocês são negros ou que eu gosto de vocês porque vocês são brancos", declarou Trump diante de uma multidão de partidários. "Eu amo todos os habitantes do nosso país", reiterou.

Em uma atitude frequente desde o início de seu mandato, o presidente americano não poupou críticas à imprensa americana. "[Os jornalistas] são pessoas desonestas, são malvados. Acho que eles não amam nosso país. As únicas pessoas que dão voz a esses grupos que propagam o ódio são os jornalistas", declarou, sendo ovacionado pela multidão.

Do lado de fora do centro de convenções onde o evento acontecia, manifestantes anti-Trump organizaram um protesto. "Vergonha", "Chega de KKK" e "Basta, fascitas", gritavam os militantes. Confrontos começaram quando a polícia tentou dispersar a mobilização com gás lacrimogêneo. Quatro pessoas foram presas.

Trump no fogo cruzado

O presidente americano permanece sob fogo cruzado por não ter condenado energicamente uma marcha de supremacistas brancos em Charlottesville, no Estado da Virgínia, que há dez dias terminou em violentos confrontos com militantes progressistas. Uma mulher morreu depois que um partidário da extrema-direita atropelou pessoas que protestavam contra o racismo.

Trump incendiou o país ao afirmar que as violências vieram "dos dois lados" e ao não condenar diretamente a militância de movimentos racistas no país. A atitude enfureceu até mesmo políticos republicanos. Desde então, o bilionário vem se justificando quase diariamente, sem jamais adotar uma postura firme contra os supremacistas brancos.

Muro na fronteira com o México

Durante o discurso, Trump voltou a defender a construção do muro entre o México e os Estados Unidos, segundo ele, a qualquer custo. "Mesmo se formos obrigados a derrubar o governo, construiremos esse muro", declarou.

O bilionário também voltou a sugerir que pode anular a pena estabelecida pela Justiça americana ao polêmico xerife do Arizona, Joe Arpaio. Recentemente, ele foi condenado por violar uma sentença federal de 2011 ao perseguir imigrantes latinos, aos quais submetia ao ridículo.

"Indultá-lo seria apoiar oficialmente o racismo e a supremacia branca", considera Carlos García, da Ong Ponte Arizona. Mas, para Trump, Arpaio foi condenado injustamente, "por desempenhar corretamente seu trabalho".

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