Ex-guerrilha, Farc se torna o novo partido político da Colômbia
O partido Farc será oficialmente apresentado à Colômbia nesta sexta-feira (1) dando início a uma nova etapa do movimento dos ex-guerrilheiros na política no país, historicamente dominada por conservadores e liberais.
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Os rebeldes da ex-guerrilha finalizaram seu desarmamento em novembro, após anos de negociação, quando assinaram um acordo de paz com o governo. Pelo Twitter, Rodrigo Lodoño, líder da agora Farc - Força Alternativa Revolucionária do Comum - explicou que a sigla foi mantida por decisão da maioria dos integrantes, em um congresso realizado no domingo em Bogotá.
Durante o evento, cerca de 1,2 mil membros do novo partido também definiram as diretrizes do movimento político e seus candidatos para as eleições de 2018. No entanto, o novo partido Farc terá um duro e longo trabalho pela frente: mais de 80% dos colombianos consideram negativa a imagem do movimento.
Debate sobre o novo nome
O debate sobre o nome do novo partido foi um dos mais esperados durante o congresso dos ex-guerrilheiros, uma vez que a sigla Farc é sinônimo de massacres e sequestros para muitos colombianos.
Pouco antes, Ivan Marquez, representante da guerrilha durante as negociações de paz, propôs o nome "Força Alternativa Revolucionária da Colômbia" e insistiu no domingo que as Farc se tornariam um "partido revolucionário".
Mas em uma consulta lançada no Twitter por Rodrigo Londoño, foi o nome "Nueva Colômbia" que ganhou com 36% dos 10.387 votos. "Eles decidiram manter a sigla Farc porque querem manter sua identidade com o campo", declarou o sociólogo e antropólogo Fabian Sanabria, alertando que "a escolha é espantosa" porque "as pessoas esperavam por outra coisa". Isso não os aproximará das classes médias, nem da população urbana", concluiu.
Os ex-guerrilheiros também apresentaram seu novo emblema, inspirado por outros movimentos socialistas, com uma rosa vermelha decorada com uma estrela em seu centro, e as letras Farc inscritas em verde.
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