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Estados Unidos/execução

Texas executa prisioneiro mexicano de 47 anos

Um mexicano de 47 anos foi executado nesta quarta-feira (8) em uma penitenciária do Texas. O anúncio foi feito pelas autoridades locais e o governo do México, que tentou sem sucesso impedir o procedimento na justiça americana.

Rubén Ramírez Cárdenas, de 47 anos, recebeu uma injeção letal na prisão de Huntsville.
Rubén Ramírez Cárdenas, de 47 anos, recebeu uma injeção letal na prisão de Huntsville. Captura de vídeo
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Rubén Cárdenas Ramírez foi condenado à morte em 1997 pelo estupro e assassinato de sua prima de 16 anos e recebeu uma injeção letal durante a noite. Ele foi declarado morto às 22h26 no horário local, segundo Jason Clark, vice-diretor do Departamento de Justiça Criminal do estado.

A execução aconteceu depois do governo mexicano esgotar todos os recursos judiciais que chegaram à Suprema Corte, que se recusou a revisar o caso.

O presidente do México, Enrique Peña Nieto, expressou no Twitter a "mais firme condenação à execução do mexicano Rubén Cárdenas no Texas, que viola a decisão da Corte Internacional de Justiça".

Peña Nieto se referia a uma decisão da Corte Internacional de 2004, que determinava aos tribunais estaduais dos Estados Unidos a "revisão dos casos de 51 mexicanos condenados à pena de morte", entre eles Cárdenas, pelo não cumprimento da lei de informar às autoridades consulares, um direito previsto na Convenção de Viena.

Em um comunicado, as autoridades mencionaram as últimas palavras de Cárdenas, que sempre alegou inocência. "Não posso nem pedir desculpas pelo crime de outra pessoa, mas voltarei por justiça! Podem contar com isso", afirmou. "Quero agradecer minha família por acreditar em mim e por estar comigo até o fim. Amo muito vocês! Sei que vocês também me amam! A vida continua", escreveu.

"Depois de 21 anos de espera, finalmente a justiça foi feita. Não há palavras para descrever o alívio sentido ao saber que há verdadeira paz depois de tanta dor e tristeza", afirmou Roxana Jones, irmã da vítima, Mayra Laguna.

Cinco mexicanos, incluindo Cárdenas, foram executados desde então, 13 foram absolvidos de uma condenação à pena capital e um faleceu vítima de câncer. "O governo mexicano expressa o mais enérgico protesto pelo não cumprimento pelos Estados Unidos, da decisão", afirma um comunicado do ministério das Relações Exteriores.

Clima de tensão

A execução aconteceu em um momento de tensão entre México e Estados Unidos, após a proposta do presidente Donald Trump de construir um muro para impedir a entrada de imigrantes sem documentos e um forte discurso contra os mexicanos, que já foram chamados de estupradores, narcotraficantes e ladrões.

Atualmente, há 75 cidadãos mexicanos em processos penais que podem resultar em penas de morte. Outros 54 já foram sentenciados. Em um comunicado, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) destacou que Cárdenas "não teve acesso a um advogado nos primeiros 11 dias de sua detenção" e que "algumas das declarações feitas nesse período foram usadas pelos procuradores durante o julgamento".

(Com informações da AFP)

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