Acessar o conteúdo principal
Américas

Associação denuncia violência sexual contra latinas nos EUA

A Aliança Nacional das Camponesas de Los Angeles enviou nesta semana uma carta aberta às percussoras do programa Time’s Up, formado por mais de 300 atrizes, diretoras e outras personalidades do cinema hollywoodiano que levantaram um fundo para ajudar vítimas de assédio sexual.

Movimento #metoo (eu também) lançado pela atriz Alyssa Milano, nos Estados Unidos
Movimento #metoo (eu também) lançado pela atriz Alyssa Milano, nos Estados Unidos Bertrand GUAY / AFP
Publicidade

Segundo a co-fundadora e vice-presidente do grupo, Mily Trevinos, o documento mostra que a violência sexual é um problema comum entre mulheres de todas as classes sociais. Segundo ela, 35% das mulheres em todo o mundo já sofreram violência física ou sexual em algum momento de sua vida. Em alguns países, esse número chega a 70%.

“Nós conhecemos bem o que as artistas de Hollywood estão passando. De certa maneira, o que queremos é denunciar e passar a mensagem de que entendemos essa situação de abuso de poder, de controle, de assédio. Nós nos unimos em solidariedade a todas as mulheres, não somente as que trabalham na agricultura. Queremos colaborar com grupos de todos os Estados e de diferentes setores profissionais para tentar erradicar esse tipo de problema. Precisamos nos unir”, afirma Trevinos.

Mily Trevinos propõe que as mulheres se unam para combater o que ela considera ser uma epidemia. “É muito importante que estejamos juntas, que sejamos solidárias. Essa é a única maneira de combater a violência.” Ela credita que a luta deve se estender também para o campo político-administrativo. “Precisamos que as leis sejam mais duras para melhorar a situação das trabalhadoras. É necessário que as agências de governo fiscalizem se a implementação dessas políticas está sendo cumprida”, sugere.

Luta contra a violência sexual

“Eu venho de uma família de camponesas que vive nos Estados Unidos. Migramos para várias regiões, e na adolescência, eu também passei por esses problemas. Ao longo do tempo, começamos nos organizar para combater os assédios. Passamos a escutar mulheres vítimas de assédio, a receber as migrantes e latinas, principalmente mulheres sem documentos, que geralmente são as vítimas mais ‘fáceis’ de sofrerem abusos”, explica Mily Trevinos.

A Aliança Nacional das Camponesas atua há mais de 40 anos para a erradicação da violência sexual nos campos americanos. A entidade disponibiliza uma linha direta de emergência, 24 horas por dia, com assistência contínua às vítimas de estupro e agressão sexual, violência doméstica e HIV em toda Los Angeles. A associação atende principalmente migrantes e latinas.

Time’s Up

O manifesto foi publicado nesta segunda-feira (1°) no jornal New York Times. O programa conta com um fundo de US$ 13 milhões para ajudar na defesa legal de mulheres em profissões consideradas menos privilegiadas. Outras iniciativas incluem a proposta de leis para punir empresas que tolerem o assédio persistente e desestimular a prática de acordos com cláusula de silêncio. Entre as estrelas que assinaram o projeto estão a atriz Ashley Judd, uma das primeiras a denunciar o produtor Harvey Weinstein, em outubro do ano passado, Eva Longoria, Natalie Portman, Emma Stone e Reese Witherspoon.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.