Para desespero de Trump, livro polêmico sobre Casa Branca chega às livrarias
O presidente americano Donald Trump não conseguiu impedir a publicação de um livro sobre os bastidores da Casa Branca, lançado nos Estados Unidos nesta sexta-feira (5). O livro "Fogo e Fúria: Dentro da Casa Branca de Trump" (em tradução livre), de Michael Wolff, estava previsto para semana que vem, mas teve seu lançamento antecipado em meio ao escândalo envolvendo o governo.
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O livro, que já tem o maior volume de compras antecipadas na Amazon, é baseado em 200 entrevistas com funcionários da "casa mais famosa do mundo" e mostra uma caótica e constante guerra interna no governo, desde que Trump chegou ao poder.
Além disso, o livro revela detalhes que ridicularizam o presidente, como o fato de ele e a esposa, Melania Trump, dormirem em quartos separados, o medo de Trump de ser envenenado, e até mesmo a cor do cabelo do presidente americano, que seria amarelo-alaranjado porque ele não deixaria a tinta - chamada "Just for men" - agir durante o tempo necessário.
Antes da publicação, o presidente mobilizou seus advogados para impedir que a obra chegasse às prateleiras, dizendo que ela "está cheia de mentiras" e que se baseia em fontes inexistentes. Em uma mensagem no Twitter, Trump também afirmou que não autorizou o acesso de Wolff à Casa Branca. "Nunca falei com ele para o livro," afirmou Trump.
Os advogados do presidente exigiram que o livro não fosse publicado e que o autor escrevesse uma retratação e um pedido de desculpas.
I authorized Zero access to White House (actually turned him down many times) for author of phony book! I never spoke to him for book. Full of lies, misrepresentations and sources that don’t exist. Look at this guy’s past and watch what happens to him and Sloppy Steve!
Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 5 janvier 2018
Declarações explosivas de Bannon
Trechos do livro publicados antecipadamente esta semana causaram polêmica e levaram ao rompimento do presidente Trump com seu ex-estrategista-chefe, Steve Bannon. Depois de ter renunciado ao cargo em agosto, Bannon fez declarações explosivas à Wolff, inclusive acusando o filho mais velho do presidente, Donald Trump Jr., de ter cometido traição por manter contato com pessoas próximas do governo russo durante a campanha eleitoral americana.
Bannon afirma ainda que Ivanka Trump e seu marido, Jared Kushner, são quem realmente têm as rédeas da Casa Branca e que Trump se recusou a investir seu dinheiro pessoal na campanha - fato que provaria, talvez, que ele não queria e nem acreditava que poderia ganhar a eleição. Afirmação desmentida pela Secretária de Imprensa da Casa Branca Sarah Sanders: "É absolutamente risível pensar que alguém como esse presidente concorreria à eleição com a intenção de perder. Vocês sabem que Donald Trump é um ganhador e que ele não começa nada sem o objetivo de terminar em primeiro, de ganhar. Essa é uma das afirmações mais ridículas desse livro," afirmou Sanders.
Em uma nota oficial, Trump afirmou que Bannon teria "perdido o juízo" desde que deixou a Casa Branca. Advogados do presidente também enviaram uma notificação legal ao ex-estrategista, avisando que ele poderia ser processado por violar o acordo de confidencialidade que assinou depois de deixar de trabalhar para Trump.
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