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EUA, Russia, Eleições

Moscou nega interferência nas eleições após acusação da Justiça americana

A Rússia qualificou como absurdo o documento divulgado nesta sexta-feira (16) pelo procurador especial Robert Mueller acusando 13 cidadãos russos e três empresas por suposta interferência nas eleições americanas de 2016.

Procurador-geral adjunto dos Estados Unidos, Rod Rosenstein, acusa de 13 russos de interferência nas eleições de 2016 durante conferência no Departamento de Justiça, em 16 de fevereiro de 2018.
Procurador-geral adjunto dos Estados Unidos, Rod Rosenstein, acusa de 13 russos de interferência nas eleições de 2016 durante conferência no Departamento de Justiça, em 16 de fevereiro de 2018. REUTERS/David hepardson
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Segundo o documento, os acusados conspiravam desde 2014 para interferir "nos processos políticos e eleitorais dos Estados Unidos, incluindo a eleição presidencial de 2016". 

Em sua página no Facebook, Maria Zakharova, porta-voz do ministério do exterior russo, questionou as acusações. "Treze pessoas interferiram nas eleições americanas? Treze, contra os orçamentos bilionários do serviço secreto? Contra a espionagem e a contraespionagem, contra as tecnologias mais recentes?", escreveu Zakharova. "É absurdo? Sim. Mas é a realidade política americana", completou. 

Em uma mensagem no Twitter, o presidente Donald Trump também negou qualquer envolvimento, reforçando que sua campanha não fez nada de errado

Russos se passavam por americanos

Mueller alega que os acusados se passavam por americanos e controlavam contas nas redes sociais voltadas para assuntos polarizados social e politicamente. Segundo Rosenstein, eles realizaram "uma 'guerra de informação' contra os Estados Unidos", com o objetivo de "disseminar a desconfiança com relação aos candidatos e ao sistema político em geral". "Faziam-se passar por ativistas de base. De acordo com as investigações, os americanos (que participaram destes contatos) não sabiam que estavam se comunicando com russos", indicou Rosenstein.

Segundo a acusação, sob direção de Yevgeny Prigozhin, aliado próximo de Vladimir Putin, o grupo entrou em contato com um número significativo de americanos. Eles queriam "semear a discórdia no sistema político americano". O objetivo, afirmam as autoridades, era fortalecer a campanha de Donald Trump e afetar sua adversária, Hillary Clinton.

No entanto, o procurador-geral adjunto dos Estados Unidos, Rod Rosenstein, afirmou que a Justiça não encontrou provas de que esta interferência tenha tido impacto no resultado das eleições.

Membros do grupo viajavam para os EUA

O grupo estava sediado na cidade natal de Putin, São Petersburgo, mas alguns dos acusados viajavam para os Estados Unidos. As escalas incluíam Nevada, Califórnia, Novo México, Colorado, Illinois, Michigan, Louisiana, Texas, Geórgia e Nova York.

Um operador político americano não identificado estabelecido no Texas é acusado de instruir o grupo a se concentrar nos chamados "swing states", estados que podem decidir uma eleição já que neles o apoio a republicanos e democratas varia.

A Justiça acredita que centenas de pessoas estiveram envolvidas na operação, trabalhando em turnos, com um orçamento de milhões de dólares. Duas das empresas também disseram ter contratos com o governo russo.
 

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