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EUA, controle de armas

Sobreviventes de tiroteio em escola americana organizam marcha por controle de armas

Estudantes que sobreviveram ao tiroteio em uma escola de ensino médio da Flórida anunciaram, neste domingo (18), a organização de uma marcha no dia 24 de março, em Washington, para exigir leis mais rígidas de controle de armas. 

Tiroteio em escola da Flórida relança debate sobre controle de armas nos EUA.
Tiroteio em escola da Flórida relança debate sobre controle de armas nos EUA. Scott Olson/Getty Images/AFP
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Na última quarta-feira (14), Nikolas Cruz, um ex-aluno da escola Marjory Stoneman Douglas de Parkland, ao norte de Miami, abriu fogo nos corredores da instituição, atirando com um rifle semiautomático e matando 17 pessoas. Com 19 anos de idade, ele obteve a licença para comprar sua arma, apesar de apresentar sinais de comportamento violento.

A tragédia reacendeu o debate sobre o peso da Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês), o mais poderoso lobby de armas do país, na política nacional. Apoiando-se na segunda emenda da Constituição, o lobby se opõe a qualquer limitação no setor, que garante a qualquer cidadão americano o direito à posse e ao porte de arma.

Segundo os organizadores da chamada "Marcha por nossas vidas", espera-se que a manifestação de Washington inspire outros eventos de solidaridade em todo país. "Não é contra o Partido Republicano, ou contra os democratas", garantiu o estudante Cameron Kasky. "Todos os políticos de ambos os lados que recebem dinheiro da NRA são responsáveis por esse tipo de incidente". O objetivo é "criar um novo normal, onde seria considerado uma vergonha para os políticos aceitarem o dinheiro da NRA", frisou o jovem.

Para outra aluna, Emma Gonzalez, todos os estudantes americanos devem se envolver nesse debate porque todos correm o mesmo perigo. "Eles têm que se juntar a nós para transmitir nossa mensagem", disse a estudante, que denunciou fortemente o apoio financeiro da NRA à campanha Donald Trump em 2016.

Armas nas escolas

O debate sobre o controle de armas ressurge regularmente após tiroteios como o de Parkland, mas o Congresso americano não toma medidas, já que a resistência ao controle de armas está fortemente enraizada nos republicanos. O campo democrata também não fica de fora, admitiu o senador democrata Adam Schiff, assegurando que era hora de o Congresso "se mover e fazer o que o país lhe pede: ignorar a NRA e tomar a decisão certa".

Mas o governador republicano de Ohio, John Kasich, questionou a vontade real dos parlamentares de se envolver em reformas substantivas, sugerindo mudanças específicas, como verificações dos antecedentes criminais de quem queira comprar uma arma de fogo. "Eu não quero uma proibição total, estou falando de pequenos passos que podem ser eficazes, e o Congresso deve tomá-los, mas não tenho nenhuma confiança neles (os eleitos), assim como a maioria dos americanos".

Mas para o comentarista de rádio conservador Rush Limbaugh, o tiroteio não é "culpa da NRA". "É culpa dos atiradores e da nossa incapacidade de detê-los", disse ele no domingo (18), retomando o discurso do lobby.

Escolas "são áreas proibidas para armas e quem quer atirar em uma escola sabe que será o único armado", disse ele. Segundo o comentarista, a única maneira de evitar tais tiroteios é permitir o porte de armas ocultas ("concealed carry permit") nas escolas, como já é o caso em vários estados americanos. 

Com informações da AFP

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