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Colômbia/Eleição

Colômbia vota pela primeira vez após paz com as Farc

Colômbia vai às urnas pela primeira vez após assinatura de paz com as Farc. A eleição legislativa deste domingo (11) conta com a participação de candidatos, ex-guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias que se transformaram em partido político depois do acordo histórico com o governo, em 2016. A votação também acontece sem a ameaça da guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN), que decretou uma trégua.

Partidários do agora partido político das Farc fazem campanha para as eleições legislativas que acontecem neste domingo, 11 de março de 2018, na Colômbia.
Partidários do agora partido político das Farc fazem campanha para as eleições legislativas que acontecem neste domingo, 11 de março de 2018, na Colômbia. Felipe Caicedo / REUTERS
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Com informações da correspondente da RFI em Bogotá, Marie-Ève Detoeuf

Esta será a primeira vez em mais de 50 anos de conflito armado que a Colômbia renova seu parlamento sem a ameaça das Farc e favorecida pelo cessar-fogo temporário da ELN, última guerrilha do país. Os 36 milhões de eleitores colombianos vão escolher os 172 deputados e 108 senadores que compõem o Congresso.

O primeiro fator importante desta eleição é a taxa de votação que terá as Farc. Uma pesquisa eleitoral aponta um péssimo resultado para os candidatos ex-guerrilheiros. A esquerda democrática, que chega dividida às urnas, também não deve ter uma boa votação.

O resultado destas legislativas históricas pode gerar um impasse, se a direita mais crítica ao acordo com a guerrilha for vitoriosa. Todas as leis necessárias a implementação do acordo de paz de 2016 ainda não foram votadas e dificilmente serão aprovadas se os conservadores conquistarem a maioria no parlamento.

Eleições presidenciais

As legislativas abrem caminho para a eleição presidencial colombiana, que acontece em maio. Os parlamentares que serão eleitos neste domingo só tomarão posse em julho, mas a partir desta segunda-feira (12) começam a fazer campanha por seus candidatos respectivos.

As Farc se retiraram da corrida presidencial, devido aos problemas de saúde de seu líder Rodrigo Londoño, conhecido como Timochenko. O candidato da esquerda radical, Gustavo Petro, surpreendeu nas últimas semanas e lidera as pesquisas. Mas a direita, contando com uma vitória neste domingo, aposta que seu candidato, Iván Duque, herdeiro político do ex-presidente Álvaro Uribe, irá ganhar terreno.

Peso político das Farc

Segundo o acordo de paz assinado com o presidente Juan Manuel Santos, os ex-guerrilheiros das Farc têm cinco cadeiras garantidas, tanto na Câmara quanto no Senado. Mas será que eles terão peso político? De acordo com Angelica Montes, professora da Universidade de Paris 13, tudo vai depender do partido que assumirá o poder na Colômbia.

“O cenário ainda está indefinido. Se por acaso um movimento progressista conseguir chegar à presidência, as Farc terão provavelmente voz e poderão participar da maneira construtiva”, analisa a especialista. Mas se ao contrário, “uma coalizão conservadora chegar ao poder, as Farc terão dificuldades para ser ouvidas e existir nas representações legislativas do país”, acredita Angelica Montes.

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