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Protestos/Nicarágua

Protestos contra reforma da Previdência deixam ao menos 20 mortos na Nicarágua

Violentos protestos contra a reforma da Previdência já deixaram mais de vinte mortos no país, segundo a ONG Centro Organização dos Direitos Humanos da Nicarágua (Cenidh). Confrontos e saques continuaram neste domingo (22), pelo quinto dia consecutivo.

Manifestante joga morteiro em direção à polícia em Manágua, na Nicarágua, em 21 de abril de 2018.
Manifestante joga morteiro em direção à polícia em Manágua, na Nicarágua, em 21 de abril de 2018. REUTERS/Oswaldo Rivas
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Os protestos, os mais violentos desde que o presidente Daniel Ortega chegou ao poder onze anos atrás, começaram na quarta-feira (18) em um grande número de cidades em todo o país. Os manifestantes se opõem à reforma para aumentar as contribuições de empregadores e empregados e reduzir as pensões em 5% para reduzir o déficit da Previdência Social (US$ 76 milhões), por recomendação do Fundo Monetário Internacional. .

"Nós estimamos que o número de mortos ultrapassa vinte vítimas, mas estamos verificando que há muita desinformação. A situação é realmente grave e reduz a nossa capacidade de fornecer números oficias", disse a presidente do Centro Organização dos Direitos Humanos da Nicarágua (Cenidh), Vilma Nuñez.

Questionados, nem o governo da Nicarágua nem a polícia confirmam as estatísticas de vítimas. O último relatório oficial noticiou dez mortos na sexta-feira (20), mas o jornal La Prensa informou mais de 30 mortos.

Novos confrontos depois de discurso de Ortega

Novos confrontos entre jovens manifestantes e a polícia de choque irromperam em Manágua depois de um discurso televisionado do presidente Ortega no sábado (21) à noite. Os manifestantes colocaram barricadas nas ruas e atiraram pedras em policiais, que responderam com gás lacrimogêneo.

Durante este discurso, Ortega lançou um apelo ao diálogo. Mas ele também afirmou que as manifestações foram apoiadas por grupos políticos hostis ao seu governo e financiados por organizações extremistas norte-americanas, sem identificá-las. Segundo o presidente, "o objetivo é semear o terror, semear insegurança", destruir a imagem da Nicarágua depois de onze anos de paz para tomar o poder".

Centros comerciais saqueados 

 As ruas de Manágua estavam repletas de escombros na manhã deste domingo (22), segundo jornalistas no local, que também testemunharam cenas de saques. Moradores reuniram-se em lojas e supermercados para abastecer os estoques.

Nas cidades de Leon e Masaya, perto de Manágua, edifícios públicos foram saqueados, veículos queimados e shoppings vandalizados, segundo o governo. Soldados armados com rifles foram posicionados em frente aos prédios administrativos.

Um cinegrafista da Nicarágua, Miguel Ángel Gahona, foi morto a tiros na cidade de Bluefields, no leste do país, enquanto filmava confrontos entre manifestantes e policiais, disseram fontes sindicais.

De acordo com um comunicado oficial, um policial de 33 anos também foi morto a tiros no sábado no setor da Universidade Politécnica (UPOLI) em Manágua.

Em Roma, o papa Francisco pediu aos nicaraguenses que "parem com toda a violência", "evitem derramamento de sangue desnecessário" e resolvam o conflito "pacificamente e com senso de responsabilidade".

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