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Colômbia/Otan

Colômbia se torna o primeiro país latino-americano membro da Otan

A Colômbia formaliza esta semana seu ingresso na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), algo inédito para uma nação latino-americana. No entanto, o país integra a entidade como “sócio global”, um status especial. O presidente colombiano Juan Manuel Santos vai se reunir nesta quinta-feira (30) em Bruxelas com o secretário-geral da entidade, Jens Stoltenberg, para formalizar a adesão.

Santos vai formalizar a adesão da Colômbia na sede da Otan, em Bruxelas.
Santos vai formalizar a adesão da Colômbia na sede da Otan, em Bruxelas. REUTERS/Yves Herman
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Em 2016, o governo do presidente Santos já havia acordado uma "maior" cooperação militar com a Otan, após o pacto de paz que desarmou e transformou em partido a então guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Prêmio Nobel da Paz em 2016 por seus esforços para terminar o conflito armado de meio século no país, o chefe de Estado colombiano, que deixa o cargo em agosto, disse que integrar a entidade "melhora a imagem da Colômbia" e lhe permite ter muito mais peso no cenário internacional.

Ser “sócio global” da Otan significa estar "em uma aliança estratégica de cooperação militar", explicou à AFP o especialista em relações internacionais Rafael Piñeros, da Universidade Externado de Bogotá. Segundo ele, essa categoria foi criada "para gerar alianças estratégicas além da Europa, dos Estados Unidos e do Canadá", com o objetivo de manter a paz mundial. Mas esse tipo de adesão não significa, necessariamente, que a Colômbia vai participar de operações militares da Otan diante de uma crise internacional, completou.

Venezuela criticou adesão da Colômbia

O governo venezuelano criticou duramente o ingresso da Colômbia na Otan, segundo um comunicado emitido por Caracas. "A Venezuela denuncia (...) perante a comunidade internacional a intenção das autoridades colombianas de se preparar para introduzir na América Latina e no Caribe uma aliança militar externa com capacidade nuclear, o que sob todas as luzes constitui uma séria ameaça para a paz e a estabilidade regional", destacou o documento.

As relações entre os dois países passam por seu pior momento. Bogotá lidera a pressão internacional contra o governo de Nicolás Maduro, em meio à severa crise econômica que envolve o país com as maiores reservas de petróleo do mundo.

Em seu primeiro mandato, Santos já havia firmado um acordo de intercâmbio de informação e segurança com a Otan. O compromisso provocou manifestações de preocupação por parte de países como Venezuela, Brasil, Equador, Bolívia e Nicarágua. Para os vizinhos, o acordo ameaçava a estabilidade da região.

A situação se apaziguou quando o Ministério colombiano da Defesa descartou uma adesão plena ao organismo, opção que havia sido cogitada pelo antecessor de Santos, o agora senador Álvaro Uribe (2002-2010).

Colômbia também integra a OCDE

Santos também vai assinar no dia 30 de maio, em Paris, o acordo de adesão à Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). 

A entrada de Bogotá será efetivada quando a Colômbia tiver aplicado, em nível nacional, as medidas necessárias para se unir à Convenção da OCDE e entregado sua solicitação de adesão às autoridades francesas, depositárias do documento.

(Com informações da AFP)

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