Grupo rebelde misterioso reivindica atentado contra Nicolás Maduro
Em uma mensagem publicada nas redes sociais, o grupo rebelde afirma ser composto por militares patriotas e civis leais ao povo venezuelano, que buscam "resgatar a democracia de uma nação sob ditadura".
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Sábado (4), um artefato voador explodiu diante do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, enquanto ele discursava pelo aniversário da Guarda Nacional Venezuelana, em Caracas. No momento, o governante falava sobre a sua decisão de regular a venda de gasolina, a mais barata do mundo, em meio à grave crise socioeconômica que castiga o país petroleiro.
Alguns minutos após a explosão, as forças de segurança inspecionaram um prédio próximo, cuja fachada estava escurecida, informou a Agência France Press. Maduro disse que as investigações sobre a explosão já avançam e anunciou a detenção de vários suspeitos.
Ataque ao vivo
Parte do incidente pôde ser visto pelas imagens da emissora estatal VTV. Maduro estava de pé, prestes a terminar seu discurso, quando ouviu um barulho que lhe chamou a atenção. O presidente olhou para o alto, assim como a primeira-dama, Cilia Flores, e o ministro da Defesa, general Vladimir Padrino López.
"Vamos pela direita", disse um dos seguranças do presidente. Antes de o canal interromper a transmissão, viu-se dezenas de militares correndo de forma desordenada. Sete militares da Guarda Nacional Venezuelana ficaram feridos. O presidente Maduro saiu ileso e já voltou ao trabalho.
Logo após o incidente, Nicolás Maduro acusou o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, de ser o mandante da ação violenta. Fontes do governo colombiano rebateram, dizendo que não há base para essa acusação.
O governo atribuiu o ataque à ultradireita, como costuma se referir à oposição. Estes fatos não "evidenciam senão o desespero que já vínhamos notando em alguns porta-vozes da ultradireita venezuelana", afirmou o ministro da Comunicação, um dos funcionários de confiança do presidente socialista.
Crise no país
O incidente ocorreu em uma situação social e política particularmente tensa. A Venezuela enfrenta escassez de alimentos, remédios e bens de consumo. Serviços públicos como o fornecimento de eletricidade, água e os transportes se deterioram significativamente.
Na economia, o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que Produto Interno Bruto do país deve desabar 18% esse ano.
Nicolás Maduro chegou ao poder em 2013, após a morte de Hugo Chávez, que governava desde 1999. Confrontado por uma forte rejeição popular devido à profunda crise econômica que assola o país, ele foi reeleito, em maio passado, em eleições polêmicas que a oposição considerou ilegítimas. Sua reeleição não foi reconhecida por Estados Unidos, União Europeia e grande parte da comunidade internacional.
Aliado de Maduro, Cuba foi um dos primeiros países a reagir, expressando sua "total solidariedade" ao presidente venezuelano diante desta "tentativa de assassinato". Em seguida, a Rússia também condenou energicamente "a tentativa de assassinato" contra o presidente da Venezuela.
O governo espanhol condenou "qualquer tipo de violência para fins políticos".
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