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Eleições/Brasil

“PT é retrocesso. E Bolsonaro também”, diz Alckmin à imprensa internacional

O candidato do PSDB à presidência da República, Geraldo Alckmin, decide adotar como tática de sobrevivência o ataque a Jair Bolsonaro e ao PT.

O presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) durante entrevista com imprensa internacional em Brasília, em 17 de setembro de 2018.
O presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) durante entrevista com imprensa internacional em Brasília, em 17 de setembro de 2018. REUTERS/Adriano Machado
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Raquel Miura, correspondente da RFI em Brasília

Sem jogar a toalha e se esforçando para manter um discurso otimista, o tucano afirmou em entrevista a correspondentes internacionais em Brasília que o candidato militar é "o passaporte para o retorno do PT" e tentou colocar os adversários no mesmo lado.

“O PT não é o caminho, é retroceder. É uma política atrasada de fazer déficit para o governo ser o agente promotor do desenvolvimento. E o Bolsonaro é o outro lado do PT, do mesmo DNA, que foi contra o Plano Real, essa coisa atrasada em defesa do corporativismo”, disse o candidato do PSDB.

Hoje atrás de Jair Bolsonaro, do PSL, de Fernando Haddad, do PT, e de Ciro Gomes, do PDT, que aparecem respectivamente, com 26%, 17,6% e 10,8% na última pesquisa MDA desta segunda-feira (17), Alckmin disse que o jogo não está definido. Sonhando em uma grande virada na reta final de campanha, lembrou que em 2014 a essa altura da corrida presidencial Marina tinha 30% e acabou fora do segundo turno.

“Nós não vamos mudar nossa estratégia. O voto ainda não está definido. As grandes viradas acontecem perto do fim da eleição. Nós vamos conversar com o eleitor e mostrar para ele que o Brasil não aguenta aventuras. Vamos defender o voto da responsabilidade”, declarou Alckmin.

Fora do segundo turno?

O presidenciável disse que pesquisa é retrato de momento e que vai percorrer até o fim da campanha todas as regiões do país. Ele não quis comentar possibilidades de alianças em um eventual cenário de segundo turno sem sua presença. “Eu não trabalho com a hipótese do PSDB ficar fora do segundo turno. E PT e PSDB são historicamente rivais”, disse o tucano, negando uma situação de apoio dele a Fernando Haddad contra a candidatura de Bolsonaro.

Alckmin também questionou alguns levantamentos. "Abram o olho com pesquisas", disse. Perguntado se estava adotando o mesmo discurso de Bolsonaro, afirmou que "não estou questionando Datafolha nem Ibope, mas outras pesquisas por aí", numa referência a dados que vêm sendo usados por alguns candidatos.

O tucano minimizou críticas de que seu partido errou ao não adotar medidas mais duras contra correligionários investigados por corrupção ao afirmar que Aécio Neves deixou a presidência do PSDB. “Eu inclusive votei contra a prorrogação do mandato do Aécio na presidência do partido. Os dois votos contra o senador eram de meus aliados”, disse.

Alckmin não quis atrelar seu fraco desempenho nas pesquisas ao apoio do partido ao governo Michel Temer, que chegou a contar com vários ministros tucanos, mas ponderou que na época foi contra. “Minha posição foi contra à entrada do PSDB no governo. Agora, eleição tem suas características próprias”, avaliou.

Venezuela

Sobre a situação da Venezuela, o candidato do PSDB evitou criticar a atuação do governo Michel Temer na questão. Defendeu uma atuação de diálogo, com o Brasil intermediando uma saída. Ele também condenou qualquer ideia de ação do Exército no país. “Somos contra qualquer intervenção militar. Tudo tem que ser feito com princípios e valores. É preciso aumentar o diálogo e ajuda aos refugiados e ao governo de Roraima”, disse ao se referir à situação do estado brasileiro na fronteira.

Geraldo Alckmin também falou em criar uma guarda nacional e fortalecer o combate a crimes como o tráfico de drogas nas fronteiras brasileiras. Sobre comércio internacional, o tucano disse que o Brasil tem uma presença tímida na relação com outros países e que é preciso ampliar essas trocas por meio de acordos bilaterais ou nas negociações com blocos econômicos, como a União Europeia e os países do Pacífico. “Defendo uma abertura comercial com maior inserção do Brasil no mundo”, afirmou.

O ex-governador de São Paulo disse também que a situação fiscal do Brasil exige medidas urgentes. Afirmou que sem reformas o país não terá condições de crescer e afirmou que vai trabalhar para ampliar o crédito na economia. “Existe uma regra hoje que o presidente da República precisa autorizar a entrada de um banco estrangeiro no país. Eu vou revogar isso”, declarou o presidenciável tucano.

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