Sanções de EUA contra Irã não poderão afetar setor humanitário
A Corte Internacional de Justiça, o principal órgão judiciário das Nações Unidas, exigiu nesta quarta-feira (3) que os Estados Unidos ponham fim às sanções contra Teerã que visam produtos para fins humanitários, como medicamentos e produtos alimentícios e agrícolas. As sanções também não devem colocar em risco a aviação civil do país.
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A decisão dos juízes da Corte Internacional, baseada em Haia, na Holanda, é uma vitória para o regime iraniano e foi adotada por unanimidade. Com a retomada das sanções ao país, devido a retirada de Washington do acordo firmado em 2015 sobre o programa nuclear iraniano, o Irã acusa os Estados Unidos de violar um tratado assinado em 1955 entre os dois países sobre "amizade, comércio e direitos consulares".
As sanções retomadas por Donald Trump contra o Irã, que incluem "restrições à importação e à compra necessária com fins humanitários (...) correm o risco de prejudicar gravemente a saúde e a vida das pessoas que estão no território iraniano", destacou a Corte da ONU.
O Irã iniciara uma batalha judicial na CIJ, acusando o governo dos Estados Unidos de "asfixiar" sua economia. Em maio, o presidente Donald Trump retirou o seu país do acordo, assinado entre o Irã e as grandes potências, no qual a República Islâmica se compromete a não produzir armamento atômico.
Revés para Washington
As sanções impostas pelos americanos incluíam o bloqueio de transações financeiras e das importações de matérias-primas, além de medidas de punição para as compras nos setores automotivo e da aviação comercial.
A decisão de hoje é um revés para Washington que, no entanto, rejeitou firmemente a jurisdição da Corte Internacional de Justiça neste caso.
A ordem do tribunal internacional é "um novo sinal que confirma claramente que a República Islâmica do Irã está em seu direito", disse o Ministério das Relações Exteriores iraniano em um comunicado.
A decisão da CIJ vem em meio à tensão crescente entre o Irã e os Estados Unidos. Na semana passada, o presidente Donald Trump prometeu na Assembleia Geral da ONU novas medidas punitivas "mais duras do que nunca, para neutralizar o mau comportamento do Irã ", acusado por ele de desestabilizar o Oriente Médio.
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