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Estados Unidos/Justiça

EUA: Processo contra Assange é divulgado por engano por promotora

O indiciamento do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, responsável pelo vazamento de documentos confidenciais do governo dos Estados Unidos em 2010, foi revelado nesta quinta-feira (15) no país.

O fundador do Wikileaks Julien Assange, preso na embaixada do Equador desde 2012
O fundador do Wikileaks Julien Assange, preso na embaixada do Equador desde 2012 JUSTIN TALLIS/AFP
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A existência das acusações, classificadas como secreta, foi revelada pela promotora adjunta Kellen Dwyer, no momento em que arquivava um caso e pedia por escrito a um juiz que mantivesse o inquérito confidencial. Mas, por erro, a promotora mencionou “Assange” em vez número do arquivo, tornando a informação pública. Em seguida, Dwyer escreveu que o indiciamento deve "permanecer confidencial até que Assange seja preso."

A imprensa americana foi alertada no fim da noite de quinta-feira (15) sobre a revelação involuntária, graças a um tuíte de Seamus Hugues, vice-diretor do Programa de Extremismo da Universidade George Washington, conhecido por monitorar os arquivos judiciais. "Aconteceu um erro na apresentação ao tribunal", disse Joshua Stueve, porta-voz do gabinete da Promotoria no distrito leste de Virgínia.

A “mancada” foi publicada no jornal The Washington Post. A acusação de Assange nos Estados Unidos poderia ter implicações na investigação comandada pelo procurador especial Robert Mueller sobre suposta influência da Rússia na campanha presidencial de Donald Trump de 2016 e sobre se Trump obstruiu a Justiça na investigação.

Em julho, Mueller acusou 12 espiões russos de conspiração pelo hackeamento dos computadores do Comitê Nacional Democrata e de roubo de informação e publicação dos arquivos com o objetivo de distorcer o resultado da votação. Uma das acusações faz referência ao WikiLeaks, descrito como "Organização 1" e plataforma usada pelos russos para divulgar os e-mails roubados.

Assange teme extradição

Assange, 47 anos, permanece desde 2012 na embaixada do Equador em Londres, onde buscou refúgio temendo uma extradição aos Estados Unidos pela divulgação em 2010 de milhares de documentos confidenciais americanos. O fundador do WikiLeaks procurou asilo depois que um juiz britânico decidiu a favor de sua extradição à Suécia, onde Assange enfrentava acusações de estupro, que depois foram arquivadas.

Ele considerava a extradição uma desculpa para ser levado para os Estados Unidos. Londres afirma agora que ele deve enfrentar a Justiça por não cumprir as regras da liberdade condicional ao buscar refúgio na representação equatoriana, mas Assange teme que a situação termine com sua extradição aos Estados Unidos.

Barry J. Pollack, um dos advogados de Assange, disse que "a única coisa mais irresponsável do que acusar uma pessoa por publicar informação verídica seria ventilar, em um caso público, informação que claramente não era destinada ao público, e sem nenhuma notificação de Assange".

(Com informações da AFP)

 

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