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Venezuela/Maduro

Venezuela amanhece com dois presidentes

A Venezuela amanheceu nesta quinta-feira (24) com dois presidentes: Nicolás Maduro, um recém empossado para seu segundo mandato, e Juan Guiadó que se declarou presidente interino durante um ato público, nesta quarta-feira (23).

Os venezuelanos que vivem em Honduras fazem um protesto contra o governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro em Tegucigalpa
Os venezuelanos que vivem em Honduras fazem um protesto contra o governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro em Tegucigalpa REUTERS/Jorge Cabrera
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Elianah Jorge, correspondente da RFI em Caracas

O presidente Nicolás Maduro afirma que continua à frente do governo e que a oposição tenta dar um golpe. Por sua vez, Juan Guaidó, o presidente da Assembleia Nacional, de maioria opositora e agora considerado o presidente interino do país, recebeu ligações de chefes de Estado. Guaidó foi reconhecido por onze países do Grupo de Lima, entre eles o Brasil. Em uma nota, o Itamaraty afirmou que irá apoiar o processo de transição “para que a democracia e a paz social voltem à Venezuela”.

Guaidó, um jovem político de 35 anos, agradeceu o reconhecimento dado pelo povo venezuelano e reafirmou seu compromisso de respeitar os Direitos Humanos e a recuperação do Estado de Direito na Venezuela.

O presidente Nicolás Maduro recebeu o apoio de aliados de peso, caso da Rússia e da Turquia, além de Cuba e da Bolívia. A China, um dos principais credores da Venezuela, ainda não se pronunciou.

Forças Armadas, o alicerce de Maduro

Embora não tenha acompanhado Nicolás Maduro durante o discurso pronunciado na tarde de ontem, no Palácio Presidencial de Miraflores, após as declarações de Guaidó, o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, informou que as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) desconhecem o “presidente imposto”, em referência a Guiadó.

Está previsto para hoje o pronunciamento de Padrinho López, o líder do setor que é o alicerce do governo de Nicolás Maduro. Os militares estão infiltrados em diversos ministérios e setores do Estado, no comando de pastas importantes.

Mesmo que Padrinho López garanta que os militares são leais a Maduro, há divergência e hermetismo dentro deste grupo. Nos últimos anos, centenas de militares pediram baixa, desertaram ou fizeram rebeliões que foram rapidamente controladas.

Entre as metas de Juan Guaidó está a aprovação de uma anistia aos militares que decidam apoiar seu governo interino.

Mais mortes e prisões

Após o anúncio de Guaidó os protestos continuaram em diversas partes do país. Houve saques em comércio em Caracas e em outras cidades venezuelanas. De acordo com o Observatório Venezuelano de Conflito Social, pelo menos 13 pessoas morreram nos confrontos. Por sua vez, segundo a organização Não Governamental Fórum Penal mais de 70 pessoas foram presas durantes os protestos na capital venezuelana.

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