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Venezuela

Maduro recusa ajuda humanitária e diz que Venezuela “não é mendigo de ninguém”

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, garantiu nesta sexta-feira (8) que não vai permitir o "show" da ajuda humanitária, ao se referir ao carregamento que chegou na fronteira com a Colômbia a pedido do opositor Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino por cerca de 40 países.

Maduro durante discurso esta semana em Caracas.
Maduro durante discurso esta semana em Caracas. REUTERS/Carlos Barria
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"A Venezuela não vai permitir o show da ajuda humanitária falsa, porque não somos mendigos de ninguém", declarou Maduro em coletiva de imprensa. Segundo o chefe de Estado, a "emergência humanitária é fabricada por Washington", que tem a intenção de "intervir" na Vezenuela.

Maduro atribui a escassez de alimentos e medicamentos que afeta seu país às sanções impostas pelos Estados Unidos. "Liberem o dinheiro que bloquearam e sequestraram. É um jogo macabro: estão apertando nosso pescoço e nos fazendo pedir migalhas", denunciou o presidente.

Carregamento está bloqueado na fronteira

Uma dezena de veículos carregados com medicamentos e alimentos chegou na quinta-feira (7) na cidade de Cúcuta, na fronteira colombiana, onde foi instalado um centro de estocagem próximo à ponte internacional de Tienditas. Mas a entrada da ajuda foi bloqueada por militares venezuelanos.

"Não é nenhuma ajuda. É uma mensagem de humilhação para o povo, porque se quisessem ajudar deveriam cessar todas as sanções econômicas (...) O pacote é bonito por fora, de ajuda humanitária, mas por dentro tem veneno", insiste Maduro.

Já o presidente interino autoproclamado Juan Guaidó anunciou que mais carregamentos chegarão nos próximos dias e que outros centros de coleta serão instalados no Brasil e em uma ilha caribenha a ser definida. O opositor insiste na importância da entrada de ajuda humanitária e reiterou seus apelos aos militares para que não a impeçam.

"Parcialidade" do Grupo de Contato

O presidente aproveitou a ocasião para criticar a postura do Grupo de Contato Internacional, que exigiu eleições presidenciais livres após uma reunião no Uruguai. "Rejeitamos a parcialidade, o cunho ideológico do documento do Grupo de Contato, mas estou pronto e disposto a receber qualquer enviado" do bloco de países europeus e latino-americanos, ressaltou.

Oito países da União Europeia (UE) e três da América Latina (Costa Rica, Equador e Uruguai) comprometeram-se a trabalhar para "estabelecer as garantias necessárias para um processo eleitoral confiável no menor tempo possível", segundo o comunicado final do grupo.

O país produtor de petróleo, mergulhado na pior crise de sua história moderna, sofre uma severa escassez de produtos básicos e uma hiperinflação que o FMI estima em 10.000.000% em 2019.

(Com informações da AFP)

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