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Guaidó afirma que ajuda humanitária entrará na Venezuela no fim de fevereiro

Liderados por Juan Guaidó, reconhecido por quase 50 países como presidente interino da Venezuela, dezenas de milhares de manifestantes da oposição saíram às ruas nesta terça-feira (12) para pedir às Forças Armadas que não bloqueiem a ajuda humanitária americana, considerada pelo presidente Nicolás Maduro como “a porta de entrada para uma intervenção militar”.

Juan Guaidó durante manifestação nesta terça-feira (12).
Juan Guaidó durante manifestação nesta terça-feira (12). REUTERS/Manaure Quintero
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Aos gritos de "liberdade" e "Guaidó", os opositores protestavam em todo o país. Em Caracas, reuniram-se na zona leste. As mobilizações coincidem com o Dia da Juventude, para recordar os quase 40 mortos nos distúrbios e marchas de janeiro. Em contrapartida, Maduro organizou uma passeata de jovens de esquerda contra a "intervenção imperialista" na Praça Bolívar, centro de Caracas, onde o governo reúne assinaturas de repúdio ao presidente americano Donald Trump.

A disputa de poder entre Guaidó e Maduro se concentra esta semana na ajuda humanitária. Alimentos e remédios permanecem há cinco dias em um depósito no lado colombiano da fronteira com a Venezuela. Dois enormes contêineres e um caminhão bloqueiam a ponte Tienditas, que liga Cúcuta (Colômbia) a Ureña (Venezuela).

Em entrevista à CNN, Maduro disse que a escassez de alimentos e medicamentos está sendo usada por Washington e pela oposição para dizer que em seu país há uma crise humanitária e, assim, justificar uma intervenção militar. Ele, no entanto, descartou o confronto entre suas tropas e os voluntários que se inscreveram para ajudar na distribuição de ajuda. "Não haverá repressão", garantiu Maduro.

Guaidó afirma que ajuda humanitária entrará de qualquer forma 

Guaidó, por sua vez, afirmou que, apesar do bloqueio de Maduro, a ajuda humanitária entrará na Venezuela. “23 de fevereiro será o dia da entrada da ajuda humanitária na Venezuela", disse Guaidó em seu discurso diante de uma multidão de manifestantes, concentrados no leste de Caracas.

De um palanque, Guaidó pediu que os 250.000 voluntários, inscritos para colaborar na entrada da ajuda, se organizem durante este final de semana. "Porque teremos que ir em caravanas. (...) Não é a primeira vez que a Venezuela vai se livrar de um tirano. Mas esperamos que seja a última", disse o chefe do Congresso. Guaidó acrescentou que nesta terça-feira começará a ser ativado um segundo centro de armazenamento no Brasil, no estado de Roraima, assinalando que haverá mais outros dois.

"Temos quase 300.000 venezuelanos que vão morrer se se a ajuda não entrar. Há quase dois milhões em risco de saúde", declarou. O conflito político ocorre em plena queda econômica, com escassez de remédios e alimentos que não podem ser pagos pela maioria da população devido à hiperinflação. Maduro, que qualifica de "show" a entrada da ajuda, nega que exista uma "emergência humanitária" e culpa uma "guerra econômica" da direita e as duras sanções americanas pela falta de remédios e comida.

Uma conferência sobre ajuda humanitária, solicitada por Guaidó, acontecerá na quinta-feira na sede da Organização dos Estados Americanos (OEA). Cerca de 60 delegações internacionais, representantes do setor privado e dezenas de ONGs e membros da sociedade civil foram convocados para a conferência. "O presidente interino participará por videoconferência e explicará qual é a situação atual", indicou um comunicado do opositor.

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