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Jovens das Américas morrem sobretudo por causas evitáveis, aponta relatório

Os jovens nas Américas morrem principalmente devido a causas evitáveis: homicídios, acidentes de trânsito e suicídios. É o que alerta a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que publicou nesta terça-feira (6) seu mais recente relatório sobre o assunto.

Marcha contra a violência, 20 de janeiro de 2019, em Bogotá
Marcha contra a violência, 20 de janeiro de 2019, em Bogotá REUTERS/Luisa Gonzalez
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Mais da metade das 150.000 mortes anuais de jovens nas Américas são evitáveis, destaca a OPAS, o escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), ao atribuir 24% dos óbitos a assassinatos, 20% a acidentes de tráfego e 7% a suicídios. O estudo, que abrange 48 países e territórios, indicou que a mortalidade juvenil diminuiu ligeiramente entre 2000 e 2015 nas Américas, onde 237 milhões das pessoas que têm entre 10 e 24 anos representam 1/4 da população total.

"Apesar do progresso realizado em toda a região para garantir maior acesso aos serviços de saúde, muitas da intervenções para prevenir a morte de jovens estão fora desse setor", disse Carissa Etienne, diretora da OPAS, em um comunicado. Entre 2004 e 2014, 72 milhões de pessoas saíram da pobreza nas Américas. Nesse período, diversos programas de saúde para adolescentes foram estabelecidos na maioria dos países.

Mas entre 25 e 30 milhões de pessoas estão em risco de cair na pobreza, incluindo vários jovens, sobretudo de grupos mais vulneráveis como indígenas, afrodescendentes, LGBTs e migrantes. Sonja Caffe, assessora da OPAS, disse à AFP que a maioria das mortes de jovens na região acontece entre os 15 e 24 anos e afeta mais homens do que mulheres.

Nove em cada dez jovens assassinados são homens. Entre eles, quatro a cada cinco morrem em acidentes de trânsito. Três em cada quatro jovens que cometem suicídio também são do gênero masculino, embora as mulheres façam mais tentativas do que os rapazes.

"É importante reconhecer que as maiores taxas de mortalidade entre os homens jovens são, em parte, devido à pressão que enfrentam para cumprir as normas de gênero, o que pode contribuir para comportamentos prejudiciais como agressão e tomada de riscos", aponta Sonja Caffe, citada em comunicado.

Países mais afetados

A OPAS informou que os países com maior aumento nas taxas de homicídio masculino foram Belize, Honduras, México, Peru e República Dominicana. E destacou "o aumento considerável" nos índices de assassinato entre mulheres de vários países, como Bahamas, Belize, Cuba, México, Paraguai e Peru.

As armas de fogo são responsáveis cerca de 70% dos homicídios nas Américas. O relatório ressalta, ainda, que as mortes de adolescentes e jovens "não ocorrem ao acaso", mas são determinadas pelo contexto, citando causas como déficit de educação e status socioeconômico.

Os maiores aumentos nas taxas de mortalidade devido a acidentes rodoviários foram registrados na Argentina, Aruba, Dominica, Guatemala, Honduras, Nicarágua, República Dominicana e Uruguai. "O suicídio também é preocupante, para ambos os sexos, com altos índices na Argentina, Cuba, Honduras, Peru, Porto Rico e República Dominicana", segundo o relatório.

No Chile, entre 2008 e 2014, as regiões com maior renda mostraram uma tendência de queda nas taxas de suicídio, enquanto o oposto ocorreu nas áreas mais pobres. De modo geral, a porcentagem de estudantes que têm entre 13 e 15 anos a considerarem o suicídio variou entre 14,8% na América Central e 20,7% no Caribe de língua inglesa, enquanto o percentual de estudantes que tentaram se matar variou entre 13,2% na América Central e 18,0% no Caribe. Relações parentais "fortes" aparecem como um "fator de proteção" contra o comportamento suicida em ambos os sexos, segundo o relatório.

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