Venezuela expulsa embaixador alemão por apoio a Juan Guaidó
O governo venezuelano declarou nesta quarta-feira (6) o embaixador alemão, Martin Kriener, "persona non grata" e deu 48 horas para que deixe o país. O anúncio foi feito depois que Kriener recebeu o líder da oposição, Juan Guaidó, no aeroporto na segunda-feira (4) e manifestou apoio ao presidente interino autoproclamado.
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Em um comunicado, o governo disse que sua decisão se deve a "recorrentes atos de ingerência nos assuntos internos do país" pelo diplomata, que "compareceu ao aeroporto internacional de Maiquetía para testemunhar a chegada do deputado Juan Guaidó".
"A Venezuela considera inaceitável que um representante diplomático estrangeiro exerça em seu território um papel público típico de um líder político em clara sintonia com a agenda conspiratória de setores extremistas da oposição venezuelana", diz ainda a nota.
Para Juan Guaidó, a expulsão de Kriener é uma “ameaça contra o mundo livre”. “Tenho a impressão de que o regime de Maduro não perdoa aqueles que querem ajudar a Venezuela”. No total, doze embaixadores de países europeus e latino-americanos compareceram ao local de chegada de Guaidó, que agradeceu, no Twitter, os representantes que o acompanharam em seu retorno ao país.
Reações internacionais
A Alemanha condedou imediatamente a decisão de Maduro, julgando a atitude “incompreensível” e estimando que isso “piora a situação e não contribui à calma”. “Nosso apoio à Juan Guaidó permanece intacto”, disse o ministério alemão das Relações Exteriores, além de parabenizar o embaixador Kriener por seu “excelente trabalho em Caracas, sobretudo nos últimos dias”.
Os Estados Unidos também anunciaram que revogaram 77 vistos de autoridades ligadas ao regime de Maduro. O governo americano também ameaçou as instituições financeiras estrangeiras “implicadas” em ajudar o Estado venezuelano e “sua rede corrompida”. “Vamos continuar a cobrar respostas de Maduro até que a liberdade seja restabelecida na Venezuela”, disse o vice-presidente Mike Pence.
Jornalista detido
O jornalista americano Cody Weddle, correspondente para diversos jornais dos Estados Unidos, incluindo o canal ABC, foi preso nesta quarta-feira na Venezuela. Washington já se pronunciou e exigiu sua liberação imediata.
“Sabemos que, nessa manhã, a Direção de Informações Militares se apresentou em seu domicílio para fazer perguntas sobre sua cobertura jornalística das fronteiras”, disse Carlos Corres, da organização não-governamental Espacio Público. “Nossos advogados estão tentando localizá-lo para dar assistência jurídica”, ressaltou.
A secretária de Estado americana encarregada das Américas, Kimberly Breier, manifestou no Twitter sua “profunda inquietude”. “Ser jornalista não é um crime. Pedimos sua liberação imediata, são e salvo”, disse.
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