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EUA/ Brasil

Homenagem de “homem do ano” a Bolsonaro constrange museu de Nova York

O Museu de História Natural dos Estados Unidos, com sede em Nova York, expressou nesta quinta-feira (11) “profunda preocupação” com uma homenagem ao presidente Jair Bolsonaro, agendada para maio em sua sede. Bolsonaro foi escolhido para receber o prêmio "Personalidade do Ano" da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos em seu jantar de gala, em 14 de maio.

O Museu de História Natural dos Estados Unidos, com sede em Nova York.
O Museu de História Natural dos Estados Unidos, com sede em Nova York. J.M. Luijt/ C.C
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Todos os anos, a câmara escolhe duas personalidades, uma americana e outra brasileira, e as premia em seu jantar de gala para mais de mil convidados, com entradas ao preço individual de US$ 30 mil, que estão esgotados. O nome do americano homenageado este ano ainda não foi divulgado.

"O evento externo e privado, no qual o atual presidente do Brasil será homenageado, foi reservado no museu antes de o homenageado ser escolhido", reagiu o museu em sua conta no Twitter. "Estamos profundamente preocupados e estamos explorando nossas opções", acrescentou.

A preocupação foi levantada por ativistas ambientais, segundo o site de informações on-line Gothamist, que cita várias fontes no meio ecologista. Treze representantes de povos indígenas denunciaram nesta quarta-feira (10), em carta aberta publicada no jornal francês Le Monde, que a política ambiental de Bolsonaro os deixa às portas de "um apocalipse". "Esse governo quer monopolizar toda a Amazônia e sangrá-la ainda mais construindo novas estradas e ferrovias", alertam a cacique Ivanice Pires Tanone, do povo Kariri Xocó, e o cacique Paulinho Paiakan, do povo Kayapó, entre outros dirigentes.

Política contrária às demarcações de terras indígenas

Desde que assumiu o poder, em 1º de janeiro, Jair Bolsonaro pôs em andamento políticas contrárias à demarcação de terras indígenas e às ONGs que lutam contra as mudanças climáticas. Bolsonaro transferiu para o Ministério da Agricultura a questão sensível da demarcação de reservas e o serviço de vigilância florestal, acendendo as críticas de organizações indigenistas e de defesa do meio ambiente.

O presidente, eleito com mais de 55% dos votos após uma campanha com um forte discurso anticorrupção e de linha dura contra a criminalidade, também foi acusado de racismo e homofobia, após polêmicas declarações públicas.

No ano passado, foram premiados no museu o bilionário ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg e o então juiz Sérgio Moro, encarregado da Lava Jato, atual ministro da Justiça e Segurança Pública.

Com informações da AFP

 

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