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Começa operação para expulsão de um milhão de imigrantes ilegais nos EUA

O Serviço de Imigração e Alfândega (ICE, sigla em inglês) dos Estados Unidos confirmou neste domingo (14) à imprensa americana ter dado início às detenções de imigrantes ilegais em várias cidades do país. Cerca de um milhão de ordens de expulsão foram emitidas pelas autoridades.

Milhares de pessoas protestam em Chicago contra o programa de expulsão de imigrantes ilegais que começou a ser aplicado neste domingo (14) pelo governo americano.
Milhares de pessoas protestam em Chicago contra o programa de expulsão de imigrantes ilegais que começou a ser aplicado neste domingo (14) pelo governo americano. Nuccio DiNuzzo/AFP
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Milhares de imigrantes em situação irregular aguardavam neste domingo, com medo e incerteza, a operação anunciada pelo presidente americano, Donald Trump, que levará a uma onda de deportações. Em dezenas de cidades, manifestações foram organizadas contra as detenções e expulsões planejadas, enquanto autoridades locais e estaduais fazem apelos por calma.

Na manhã de domingo, o ICE começou a atuar em pelo menos 10 grandes cidades americanas para prender cerca de dois mil imigrantes que entraram recentemente nos Estados Unidos. O alcance da operação parece mais modesto do que os "milhões" que Trump prometeu que seriam detidos e expulsos quando mencionou pela primeira vez no mês passado a ofensiva, adiada posteriormente. Mas isso não aliviou a angústia daqueles que temem ser alvos.

Segundo a imprensa, os agentes do ICE estão preparados para prender não apenas aqueles com ordens de expulsão, mas também outros migrantes sem documentação que possam encontrar. Isso poderia incluir migrantes que estão no país há anos, com empregos e filhos que são cidadãos americanos.

"Essa incerteza, esse medo, está causando estragos", disse a prefeita de Chicago, Lori Lightfoot, à CNN. "Está traumatizando as pessoas".

Trump insistiu na sexta-feira (12) que "a maioria dos prefeitos" deseja realizar a operação. Mas vários prefeitos expressaram preocupação com a operação federal.

O prefeito de Miami, Francis Suarez, disse que em 2018, seu primeiro ano no cargo, sua cidade experimentou sua "menor taxa de homicídios em 51 anos". "Então eu não entendo o motivo de escolher Miami" para a operação, afirmou.

"Fiquem em casa no domingo"

Algumas autoridades municipais, bem como grupos de defesa dos imigrantes e de direitos civis, fazem rondas em bairros de imigrantes e tentam instruir aqueles que podem ter seus direitos atacados. "Estamos dizendo às pessoas que se tiverem medo de deportação, que fiquem em casa no domingo, que andem em grupos", disse Keisha Bottoms, prefeita de Atlanta. "Se alguém bater em sua porta, por favor, não a abra a menos que tenha um mandado", reiterou

O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, declarou que vê esta ofensiva como "um ato político para convencer muitas pessoas nos Estados Unidos de que os imigrantes são o problema". Como outras autoridades, ele teme que as deportações possam intimidar os imigrantes, fazendo com que cooperem menos com a polícia local no futuro, dificultando assim a segurança pública.

Crise imigratória

Há mais de um ano, os Estados Unidos enfrentam uma crise imigratória na fronteira com o México, agravada, a cada mês, pelos milhares de centro-americanos que fogem da violência e da miséria em seus países.

O número de imigrantes em situação ilegal detidos em junho - mais de de 100 mil - teve uma queda de 28% em relação a maio, mas a situação permanece "crítica", anunciou o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos na última semana. O órgão é extremamente criticado desde a divulgação de um relatório oficial que aponta para uma "superlotação perigosa" em vários centros que acolhem imigrantes no Texas.

(Com informações da AFP)

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