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Argentina

Primárias na Argentina medem polarização do país antes de eleição presidencial

A Argentina realizou neste domingo (11) eleições primárias simultâneas e obrigatórias para todos os partidos. O pleito é apresentado como um teste para a disputa presidencial de outubro, na qual o liberal Mauricio Macri buscará a reeleição contra o peronista de centro esquerda, Alberto Fernández. A questão da economia aparece como a prioridade para muitos eleitores do país, que está mergulhado na recessão.

Mauricio Macri, que tenta se reeleger presidente, fotografado no momento do voto para as eleições primárias na Argentina.
Mauricio Macri, que tenta se reeleger presidente, fotografado no momento do voto para as eleições primárias na Argentina. REUTERS/Luisa Gonzalez
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Com informações de Aude Villiers-Moriamé, correspondente da RFI em Buenos Aires

Faltando pouco mais de dois meses para as eleições gerais de 27 de outubro, os argentinos foram às urnas para escolher os candidatos de cada partido. Mas como praticamente não há competição interna entre os representantes das legendas para a presidencial, o pleito aparece principalmente como um meio de avaliar melhor o nível de polarização no país, que chega a até 80% em algumas pesquisas.

Nessa disputa, será fundamental a margem de diferença entre Macri e Fernández. O candidato de centro esquerda aparece como favorito nas pesquisas de intenção de voto e tem como vice a ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015).

A terceira opção na corrida eleitoral é a chapa do ex-ministro da Economia Roberto Lavagna com o governador de Salta, Juan Manuel Urtubey, do peronismo de centro. No total, dez chapas se apresentarão em outubro aos 34 milhões de eleitores.

“É como um primeiro turno”, se empolga o aposentado Pablo Gonzalez nas ruas de Buenos Aires ao falar das primárias deste domingo. “É agora que vamos conhecer a verdade, já que as pesquisas de intenção de voto mentem muito”, afirma.

“Eu gostaria de Fernandez liderasse. Principalmente porque esses últimos anos foram difíceis com o governo atual”, desabafa o tradutor Alejandro Heredia. “O Estado deixou de financiar vários serviços públicos, eletricidade, água, transportes, educação... Houve muitas mudanças negativas”, explicou.

Economia é a prioridade

A grave crise econômica que atinge a Argentina ronda as discussões sobre o pleito, inclusive entre eleitores que não pretendem votar para o mesmo candidato. É o caso de Catalina Castillo e Valentina Palmeiro, ambas de 18 anos e que votam pela primeira vez. “A economia é a prioridade”, lança Catalina, enquanto a amiga completa a frase: “A inflação é enorme. O leite, por exemplo, que é algo essencial, está custando quase 50 pesos!”, frisa. “Tem gente que não pode pagar isso”, continua a jovem.

Em apenas um ano, a inflação da Argentina ultrapassou os 55%, mas os salários da população não acompanharam esse ritmo. Atualmente, um terço dos argentinos vivem abaixo do nível da pobreza.

Macri e Fernández dizem estar “tranquilos”

Os candidatos que lideram as pesquisas se mostraram serenos nesse domingo. "Estou muito tranquilo e relaxado, esperando que os argentinos decidam. Os peronistas estão todos unidos. Estamos muito satisfeitos", disse Fernández, de 60, depois de votar. Macri também disse estar tranquilo. "Tudo o que tínhamos para pôr no coração, nós colocamos", declarou o atual chefe de Estado.

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