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Estados Unidos

Trump quer prender democrata que lidera investigação do impeachment por traição

O presidente americano, Donald Trump, atacou nesta segunda-feira (30) o congressista democrata que lidera a investigação do processo de impeachment contra ele. Trump sugeriu a detenção "por traição" do deputado Adam Schiff, presidente da Comissão de Inteligência da Câmara de Representantes, depois dele ter afirmado que o republicano utiliza táticas mafiosas.

Adam Schiff, presidente da Comissão de Inteligência da Câmara de Representantes dos EUA.
Adam Schiff, presidente da Comissão de Inteligência da Câmara de Representantes dos EUA. REUTERS/Kevin Lamarque
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Schiff comparou Trump a um "chefe mafioso" depois da publicação, na quarta-feira (25) passada, da transcrição da conversa telefônica entre o republicano e o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski. No telefonema, que levou os democratas a iniciarem um processo de impeachment do presidente, Trump pediu a Zelenski que investigasse Joe Biden, seu potencial rival nas eleições de 2020.

Na semana passada, Schiff abriu uma sessão parlamentar imitando Trump com voz de mafioso ao telefone, tentando convencer o presidente ucraniano a ajudá-lo com a investigação. "Um chefe mafioso fala assim: o que você fez por nós? Nós fizemos muito por vocês, mas a recíproca não é verdadeira. Tenho um serviço para pedir a vocês", ironizou o deputado democrata. Mas a imitação, que segundo Schiff pretendia dramatizar o incidente na origem do pedido de impeachment, foi amplamente criticada pela imprensa conservadora.

Nesta manhã, Trump denunciou a declaração de Schiff como uma "afirmação falsa e terrível". "Fingiu que era algo meu, que era a parte mais importante da minha ligação ao presidente ucraniano e leu em voz alta para o Congresso e o povo americano", reclamou no Twitter. "NÃO tinha nenhuma relação com o que eu disse na ligação. Prisão por traição?", completou.

As acusações

O escândalo que pode derrubar Trump veio à tona por meio de uma denúncia anônima feita por um membro da CIA, a agência de inteligência americana. A fonte produziu um relatório afirmando que Trump usou sua posição "para buscar a interferência de um país estrangeiro nas eleições de 2020 nos Estados Unidos". O documento, bastante detalhado, sugere que ele tem uma formação de analista, que trabalhou por um tempo para a Casa Branca e que conhece a política ucraniana, segundo o jornal "The New York Times". O agente, que não testemunhou diretamente o telefonema entre Trump e Zelenski, checou algumas de suas informações como parte do "relacionamento regular entre agências".

Em 2014, Joe Biden, então vice de Barack Obama, pediu que o procurador-geral ucraniano Viktor Shokin fosse destituído do cargo por seus maus resultados na luta contra a corrupção na Ucrânia. Mas Trump diz que o motivo real de Biden ter solicitado o afastamento do procurador seria acobertar supostas irregularidades do filho de Biden, Hunter, que foi membro do conselho de administração da empresa ucraniana Burisma, grande produtora de gás, na mesma época.

Na Burisma, uma companhia com má reputação, Hunter era encarregado de representar a empresa nas organizações internacionais. Ele mesmo explicou que iria assessorar o grupo sobre "transparência", no momento em que seu pai era responsável pelas relações com a Ucrânia. Alguns observadores estranharam a presença de Hunter nos quadros da empresa. Outros consideraram normal que uma personalidade conhecida, como um filho do vice-presidente dos Estados Unidos, fosse contratado para resgatar a imagem da empresa.

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