Acessar o conteúdo principal

Julgamento de impeachment de Trump segue e veredito pode ser anunciado neste sábado

O Senado dos Estados Unidos iniciou neste sábado (13) a leitura dos argumentos finais do julgamento de impeachment contra Donald Trump, após os congressistas chegarem a um acordo para evitar a convocação de testemunhas, o que abre caminho para a conclusão do processo, com provável absolvição do ex-presidente.

O líder da bancada republicana no Senado, Mitch McConnell, disse que votará pela absolvição de Donald Trump.
O líder da bancada republicana no Senado, Mitch McConnell, disse que votará pela absolvição de Donald Trump. REUTERS/Tom Brenner
Publicidade

O relator da acusação, o congressista democrata Jamie Raskin, tomou a palavra às 13h (15h de Brasília) para proferir sua declaração final, que será seguida pelos argumentos da defesa de Trump sobre a acusação de "incitamento à insurreição" pelo ataque ao Capitólio em 6 de janeiro. Cada um dos partidos tem duas horas para argumentar e depois os senadores podem se retirar para deliberar, antes de formalizar o veredicto.

O objetivo dos democratas é que Trump seja condenado e depois desqualificado politicamente, mas para isso eles precisam de 17 votos republicanos para alcançar uma maioria de dois terços, algo muito improvável dado que neste sábado vazou que o líder da bancada republicana, Mitch McConnell, votará a favor da absolvição.

A confusão reinou no Senado por duas horas depois que Raskin indicou que desejava acesso ao testemunho da legisladora republicana Jaime Herrera Beutler e às trocas de mensagens com o líder da minoria republicana na Câmara Baixa, Kevin McCarthy. Raskin também pediu as notas que a congressista tomou sobre uma conversa entre Trump e McCarthy durante o ataque ao Congresso.

Herrera Beutler – uma das poucas republicanas que votou pelo impeachment de Trump na Câmara dos Representantes – afirmou em um comunicado que McCarthy havia dito a ela que Trump expressou aprovação à multidão que invadiu o Capitólio.

"Caixa de Pandora"

A congressista indicou que em 6 de janeiro, quando McCarthy "finalmente" conversou com Trump para lhe pedir que falasse publicamente contra os distúrbios, a princípio o presidente repetiu a "mentira" de que foram membros do movimento Antifa que entraram no Capitólio.

"McCarthy rejeitou isso e disse que eram simpatizantes de Trump e então, de acordo com ele, o presidente disse: 'Bem, Kevin, acho que essas pessoas estão mais chateadas com a eleição do que você'", disse o legislador.

Cinco republicanos votaram junto com os 50 senadores democratas a favor da permissão de testemunhas no processo, o que gerou caos na Câmara e incertezas sobre as próximas etapas do julgamento. O senador republicano Ted Cruz alertou que isso poderia abrir "uma caixa de Pandora".

Finalmente, um acordo permitiu que a declaração de Herrera Beutler fosse lida no plenário e incluída na ata.

Tanto democratas quanto republicanos querem encerrar o processo. O presidente Joe Biden quer que o Senado esteja disponível para votar as propostas prioritárias de sua agenda, incluindo o plano de alívio econômico.

Uma decisão "difícil"

Neste sábado, vazou uma carta do líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell, na qual ele dizia a seus correligionários que votaria a favor da absolvição.

"O julgamento político é um processo para destituir e portanto há uma falta de jurisdição neste sentido", argumentou o líder republicano na carta citada pela imprensa, na qual ele afirmou ter tomado uma decisão "difícil". "Considerando essas conclusões, vou votar pela absolvição", afirmou.

Os advogados de defesa concluíram seus argumentos em apenas três horas na sexta-feira (12), acusando os democratas de lançarem uma "caça às bruxas" contra Trump.

Durante a semana, legisladores que atuam como promotores alegaram que Trump deliberadamente agitou a tensão política depois de perder a reeleição para Joe Biden em 3 de novembro com uma campanha de alegações infundadas denunciando fraude eleitoral.

A tomada do Capitólio, que deixou cinco mortos, ocorreu logo após uma grande manifestação organizada por Trump perto da Casa Branca, na qual ele pediu à multidão que marchasse para o Congresso, que se preparava para certificar a vitória de Biden. Os advogados de Trump afirmam que seu discurso foi retórico e que seus apelos para "lutar" não podem ser interpretados literalmente.

Raskin enfatizou que Trump vinha encorajando o extremismo mesmo antes do dia das eleições, minando constantemente a confiança pública no processo eleitoral.

"Esta insurreição pró-Trump não surgiu do nada", disse ele na quinta-feira (11), observando que é imperativo que o Senado condene Trump e o impeça de concorrer à Casa Branca novamente em 2024.

Com informações da AFP

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.